Nicolas Sarkozy condenado a 5 anos de prisão em caso de financiamento ilegal de campanha
A justiça francesa condenou o ex-presidente Nicolas Sarkozy a cinco anos de prisão, com três anos em regime fechado, em um caso de financiamento ilegal de sua campanha presidencial de 2012. A decisão, proferida pelo Tribunal de Paris, aponta para um esquema de contabilidade paralela e falsidade ideológica, onde gastos acima do limite legal teriam sido ocultados. Sarkozy, que liderou a França entre 2007 e 2012, enfrentou diversas investigações desde que deixou o cargo, mas esta é a primeira condenação com pena de prisão para o ex-mandatário. Sua esposa, Carla Bruni, quebrou o silêncio após a notícia, demonstrando apoio ao marido. A defesa de Sarkozy já anunciou que irá recorrer da decisão, e o ex-presidente afirmou publicamente que sairá desta situação de cabeça erguida. Este veredito tem potencial para impactar profundamente a carreira política de Sarkozy, que já tentou um retorno à presidência em 2016, mas foi derrotado nas prévias de seu partido. As acusações centram-se em alegações de que a campanha de 2012 teria ultrapassado os limites de gastos permitidos, com o auxílio de uma empresa de relações públicas que teria emitido faturas para eventos fictícios, disfarçando os verdadeiros custos. Essa prática teria permitido que a campanha operasse com recursos extras não declarados, em violação às leis eleitorais francesas. A investigação teve início a partir de informações obtidas por meio de um dossiê confidencial, levantando suspeitas sobre as finanças da coligação que apoiou Sarkozy. A ligação com o ditador líbio Muammar Khadafi, que teria supostamente financiado a campanha de Sarkozy em 2007, também já foi foco de outras investigações, embora este caso específico se concentre nos eventos de 2012. A condenação de Sarkozy reacende o debate sobre a ética na política francesa e a aplicação da lei aos mais altos escalões do poder. O caso representa um marco no cenário político do país, levantando questões sobre a transparência e a integridade dos processos eleitorais. A forma como Sarkozy lidará com as consequências legais e seu futuro no cenário político francês continuará a ser acompanhada de perto pela mídia e pelo público.