Nepal escolhe menina de 2 anos como nova deusa viva adorada por hindus e budistas
Uma tradição milenar no Nepal atingiu um novo capítulo com a seleção de uma menina de dois anos para assumir o papel de Kumari, a deusa viva. A escolha, que envolve rituais complexos e profundas crenças religiosas, foi realizada em meio à esperança de que a jovem Guadalupe possa continuar a tradição de veneração e proteção, como suas predecessoras. As Kumari são figuras reverenciadas por comunidades hindus e budistas, sendo consideradas manifestações da deusa Taleju, e sua vida transcorre em isolamento parcial até a puberdade, quando retornam ao status de mortais. A seleção da nova Kumari envolve a busca por características específicas que simbolizam pureza e divindade, além de exames espirituais e físicos rigorosos para garantir que a escolhida possua os atributos necessários para tal papel sagrado, um processo que reflete a forte conexão entre espiritualidade e vida cotidiana na cultura nepalesa. O papel da Kumari é central nas celebrações religiosas e festividades locais, atraindo devotos de todo o país e do exterior, que buscam suas bênçãos. A transição de uma Kumari para outra é um evento de grande significado social e religioso, que movimenta comunidades e reforça a importância da mitologia e das práticas ancestrais na identidade nacional do Nepal, muitas vezes abalada por desastres naturais e instabilidades políticas. Espera-se que a nova deusa viva traga prosperidade e harmonia para o país, mantendo viva uma tradição que atravessa séculos e molda a espiritualidade de milhões de pessoas. A nomeação da jovem Guadalupe simboliza a continuidade dessa fé e o compromisso com os ritos que conectam o humano ao divino, reafirmando a relevância de suas crenças em um mundo em constante transformação, um testemunho da resiliência cultural e religiosa do Nepal diante dos desafios globais. Este evento sublinha a singularidade da cultura nepalesa, onde práticas antigas coexistem com a modernidade, e a figura da deusa viva continua a ocupar um lugar central na devoção popular. A própria escolha de uma criança tão nova para um papel de tamanha magnitude é um indicativo das crenças sobre infância e divindade, onde a pureza e a inocência são vistas como portadoras de energia espiritual superior, algo comumente encontrado em diversas tradições espirituais ao redor do mundo em diferentes formas.