A recente alteração no discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem provocado um notável aumento na tensão entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional. O novo lema adotado pela administração federal, que busca mobilizar a militância petista, tem, no entanto, gerado atritos com setores mais moderados do legislativo, acostumados a um tom negociador. Essa mudança retórica, aliada a uma defesa explícita de medidas econômicas e à exaltação da própria integridade, como a declaração sobre o preço por ser honesto, criou um ambiente de maior confronto, o que pode dificultar a tramitação de projetos importantes para o governo. A escalada na tensão marca uma semana particularmente delicada para a articulação política do executivo, que precisa lidar com a oposição mais assertiva e com aliados que se sentem distanciados por essa nova abordagem. A dinâmica do presidencialismo de coalizão, que exige negociação constante, parece ademais abalada por essa mudança de rumo na comunicação oficial, que se aproxima de temas mais polêmicos como o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e isenções fiscais, que por si só já geram debates acalorados.