A soltura de mosquitos Aedes aegypti com modificações genéticas, como os mosquitos Wolbachia, tem ganhado destaque em várias regiões do Brasil como uma nova frente no combate a arboviroses. No Distrito Federal, a iniciativa visa reduzir a transmissão da dengue, zika e chikungunya através da liberação de mosquitos que portam a bactéria Wolbachia. Essa bactéria, ao ser transmitida à prole, torna os ovos dos mosquitos inférteis, impactando diretamente o ciclo de reprodução do vetor. A biofábrica inaugurada pelo GDF para a produção desses mosquitos é um marco na autonomia do estado em suas estratégias de saúde pública. Ao produzir seus próprios mosquitos, o Distrito Federal não só garante um suprimento contínuo para suas campanhas, mas também contribui para o desenvolvimento de conhecimento científico e tecnológico na área. Esta abordagem se alinha com experiências bem-sucedidas em outras localidades, como Blumenau, em Santa Catarina, que também amplia a soltura desses mosquitos para controlar surtos dessas doenças. A estratégia de disseminar mosquitos portadores de Wolbachia baseia-se na sua capacidade de competir com as populações selvagens de Aedes aegypti. Mosquitos machos com Wolbachia, quando acasalados com fêmeas selvagens, produzem ovos que não eclodem, reduzindo drasticamente o número de mosquitos transmissores. A eficácia do método depende da ampla disseminação e estabelecimento da Wolbachia na população de mosquitos local para que a supressão populacional seja sustentável. Exemplos como o de Goiás, que também tem implementado a soltura de mosquitos contaminados visando a diminuição da transmissão da dengue, reforçam a tendência nacional de adoção de tecnologias inovadoras no controle vetorial. Estas ações, embora ainda em desenvolvimento e expansão, demonstram um compromisso governamental em diversificar as ferramentas de combate às arboviroses, buscando soluções com potencial de impacto significativo na saúde pública e na qualidade de vida da população.