A trama de Vale Tudo, exibida originalmente em 1988, redefiniu o conceito de novela no Brasil com sua narrativa impactante e personagens complexos. O clímax da história, a revelação de quem assassinou a vilania Odete Roitman, interpretada magistralmente por Beatriz Segall, se tornou um marco inesquecível. A pergunta Quem matou Odete Roitman? transcendeu a ficção, tornando-se um fenômeno cultural que ecoou por gerações, alimentando debates e teorias entre os telespectadores. A genialidade da escrita e a execução impecável transformaram este suspense em um dos pilares da dramaturgia televisiva nacional. O mistério em torno da morte de Odete Roitman não apenas impulsionou a audiência da novela na época, mas fortaleceu laços entre os espectadores, que se reuniam para especular e tentar desvendar o crime antes da grande revelação. Essa dinâmica participativa criou uma conexão única entre a obra e seu público, algo raro e valioso na televisão. A recente repercussão sobre o assunto, impulsionada por análises e especulações sobre o remake, demonstra a força duradoura deste enigma. Profissionais da área e o público em geral continuam a revisitar o tema, seja para relembrar os detalhes da trama original ou para criar novas expectativas para a adaptação. O caso se tornou um estudo de caso sobre construção de suspense e engajamento de audiência. Notícias recentes apontam que a audiência do remake tem se mantido em patamares expressivos, chegando a 30 pontos, mas sem atingir recordes históricos, o que prova que, apesar do interesse gerado pelo mistério, os novos tempos da televisão demandam novas abordagens para capturar a atenção do público, que hoje tem um leque muito maior de opções de entretenimento. Além do impacto cultural e da audiência, a morte de Odete Roitman também gerou desdobramentos inusitados. Recentemente, um pedido de oração ao Padre Fábio de Melo após a morte da personagem no remake foi divulgado pelo G1, evidenciando o quão intrinsecamente a figura de Odete Roitman está inserida no imaginário popular brasileiro, transcendendo a simples narrativa ficcional para se tornar um elemento cultural reconhecível e, em certos aspectos, quase real para muitos.