A icônica cena da morte de Odete Roitman em Vale Tudo, novela das oito da Rede Globo exibida em 1988, ainda é lembrada como um dos maiores mistérios da teledramaturgia brasileira. O disparo fatal que ceifou a vida da vilã mais amada do Brasil foi um divisor de águas na trama, gerando debates acalorados sobre quem seria o autor do crime. Na época, a imprensa especializada se debruçou sobre os detalhes que antecederam o momento. Relatos de jornais como Notícias da TV, O Globo, UOL e NSC Total apontavam para um suspense em torno de quem estaria com Odete nos momentos finais antes de levar o tiro. A expectativa era palpável, alimentada pela genialidade de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonel Alves na construção da narrativa. A pergunta “Quem matou Odete Roitman?” ecoou por todo o país, transformando a novela em um fenômeno cultural sem precedentes. O impacto da morte de Odete foi tão grande que até mesmo discussões sobre a própria redenção da personagem, como levantado pelo UOL, surgiam paralelamente aos desdobramentos do mistério, demonstrando a profundidade com que a personagem era vista pelo público. As teorias eram as mais diversas, e a Globo soube capitalizar esse clima de suspense, chegando a cogitar finais alternativos, como mencionado pela NSC Total, aumentando ainda mais o engajamento da audiência. O mistério perdurou até o último capítulo, culminando na revelação que chocou novamente o público. A capacidade de prender a atenção da nação por tanto tempo é um testemunho do poder da boa escrita e da produção televisiva, e a morte de Odete Roitman se consolidou como um marco indubitável na história da televisão brasileira. Toda essa movimentação midiática e o engajamento do público exemplificam o poder catártico e de discussão que uma obra de ficção bem elaborada pode gerar na sociedade, provando que a arte, mesmo que fictícia, tem o condão de refletir e debater questões humanas complexas.