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Morre Jaguar, o genial cartunista do Pasquim e mestre do humor

O mundo do humor e das artes está de luto pela partida de Jaguar, um dos maiores cartunistas que o Brasil já conheceu. Carlos Alberto de Oliveira, conhecido mundialmente como Jaguar, deixou um legado inestimável para a imprensa e a cultura brasileira. Sua obra, especialmente no icônico jornal O Pasquim, transcendeu o simples entretenimento, tornando-se um poderoso veículo de crítica social e política em tempos de censura e repressão durante a ditadura militar. Jaguar não era apenas um chargista, mas um observador perspicaz da sociedade, cujas linhas afiadas e traços inconfundíveis dissecavam o poder e os costumes com maestria e irreverência. Seus personagens, muitos deles com forte carga existencialista e anárquica, como o Homem-Tronco, Boris e a famosa dupla que satirizava a política brasileira, continuam vivos na memória afetiva de gerações de brasileiros que cresceram com suas tiradas geniais nas páginas dos jornais e revistas. A notícia de seu falecimento repercutiu em diversos veículos de comunicação e entre seus colegas de profissão, que lamentam a perda não só de um artista genial, mas de um espírito livre e combativo que sempre usou sua arte para questionar e provocar reflexão. Amigos e admiradores, como Sérgio Augusto, Miguel Paiva, Claudius e Chico Caruso, companheiros dos tempos do Pasquim, prestaram suas últimas homenagens, relembrando a trajetória de Jaguar e o impacto de sua obra na resistência cultural e democrática do país. O chargista, muitas vezes descrito como o último anarquista, sempre manteve sua identidade artística e ideológica sem concessões, o que lhe rendeu um lugar de destaque na história da imprensa e do humor brasileiro. Sua partida deixa uma lacuna profunda no cenário artístico nacional, mas seu legado e suas críticas persistem como inspiração para novas gerações de artistas e cidadãos engajados. A contribuição de Jaguar para a liberdade de expressão e o debate público é inegável, consolidando-o não apenas como um mestre do desenho, mas como um importante cronista de seu tempo e um defensor incansável da democracia e da crítica.