Dick Cheney, que serviu como Vice-Presidente dos Estados Unidos sob a presidência de George W. Bush de 2001 a 2009, faleceu nesta terça-feira aos 84 anos. Sua morte encerra a trajetória de uma figura política que moldou significativamente os rumos da política externa e de segurança americana no início do século XXI, sendo um dos principais idealizadores da chamada “guerra ao terror” e das estratégias subsequentes implementadas após os atentados de 11 de setembro. Cheney era amplamente reconhecido por seu pragmatismo e sua influência nos bastidores do poder, atuando como um conselheiro chave para o presidente Bush em decisões cruciais. Sua abordagem robusta em questões de segurança nacional e sua defesa de medidas controversas, como a prisão de suspeitos de terrorismo e a expansão dos poderes presidenciais em tempos de guerra, geraram intensos debates e continuam a ser um legado discutido entre historiadores e analistas políticos. Antes de se tornar vice-presidente, Cheney ocupou diversos cargos importantes no governo, incluindo Secretário de Defesa durante aadministração de George H.W. Bush, onde supervisionou a Guerra do Golfo. Sua carreira política estendeu-se por décadas, refletindo uma profunda experiência e conhecimento das engrenagens do poder em Washington. Cheney também teve uma carreira no setor privado e antes de entrar para a política, ele estudou na Universidade de Wyoming e na Universidade de Wisconsin-Madison. Sua passagem pela vice-presidência marcou um período de profunda redefinição da política de segurança global, com o lançamento das operações militares no Afeganistão e no Iraque, que visavam desmantelar redes terroristas e regimes considerados hostis aos interesses americanos. A decisão de invadir o Iraque, em particular, baseada em alegações sobre a existência de armas de destruição em massa que mais tarde se revelaram infundadas, tornou-se um dos pontos mais críticos e polêmicos de sua atuação, gerando um legado complexo e duradouro para a política externa dos Estados Unidos e para a estabilidade da região do Oriente Médio. Ao longo de sua vida, Cheney enfrentou e superou diversos problemas de saúde, incluindo múltiplos ataques cardíacos, o que demonstrava sua resiliência e determinação, mesmo diante de adversidades pessoais. Sua morte representa o fim de uma era para a política republicana e um momento para reflexão sobre o impacto de suas ações na história recente dos Estados Unidos e do mundo. A figura de Dick Cheney permanecerá como um estudo de caso sobre poder, influência e as complexas decisões tomadas em momentos de crise nacional, reconfigurando o debate sobre segurança, liberdade e o papel do país no cenário internacional na era pós-Guerra Fria.