Morre Francisco Cuoco, ícone da televisão brasileira, aos 91 anos
Francisco Cuoco, um dos rostos mais emblemáticos do cinema e da televisão brasileira, nos deixou aos 91 anos, em São Paulo. Sua partida representa uma grande perda para a cultura nacional, especialmente para o universo das telenovelas, onde construiu uma carreira longeva e repleta de personagens icônicos. Cuoco se destacou pela sua capacidade de transitar entre diferentes gêneros e perfis de personagens, interpretando desde galãs até homens do povo, com um carisma que conquistou o público ao longo de décadas. Sua presença em cena era marcada pela entrega e pela naturalidade, características que o consagraram como um dos atores mais respeitados de sua geração. Nascido em São Paulo, Cuoco iniciou sua carreira artística nos anos 1950, mas foi na televisão que ele alcançou o estrelato. Participou de inúmeras novelas de sucesso, muitas delas exibidas em horários nobres na Rede Globo, consolidando sua imagem junto a milhões de brasileiros. Seus papéis como o taxista Armando D’Angelo em “Pai Herói” e o proprietário de ferro-velho de “O Bem-Amado” são apenas exemplos de sua versatilidade e capacidade de gerar empatia com o público, mesmo em tramas com fortes críticas sociais e políticas. Os relacionamentos do ator também atraíram atenção da mídia, evidenciando uma vida pessoal intensa e fora dos padrões. Ao longo de sua existência, Cuoco viveu relações notórias, incluindo um namoro com uma companheira 54 anos mais jovem, o que gerou debates sobre diferentes dinâmicas de afeto e a percepção da sociedade sobre o amor em idades distintas. Essa faceta de sua vida, por vezes, contrastava com a imagem pública cultivada por seus personagens, mas, de certa forma, também demonstrava a amplitude de suas experiências de vida. A notícia de seu falecimento levou a uma imediata reorganização da programação de canais televisivos, com a Rede Globo, emissora onde atuou por muitos anos e protagonizou diversas novelas marcantes, fazendo alterações em sua grade para homenagear o artista. Essa reação demonstra a profunda conexão que o público estabeleceu com Cuoco, cujo trabalho se tornou parte da memória afetiva de muitas famílias brasileiras. Seu legado é representado não apenas pelas novelas e filmes que estrelou, mas pela arte de interpretar que ele imortalizou na tela, inspirando novas gerações de atores e admiradores.