Ministro critica presidente do STM por pedir perdão por ditadura
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, criticou veementemente as declarações do presidente do Superior Tribunal Militar (STM), general de Exército Joarez de Oliveira, que sugeriu que um militar da ativa que defender a ditadura militar pode pedir perdão a quem foi perseguido. A fala de Dino, que classificou a posição do general como inaceitável e um desrespeito às vítimas da repressão, reacende o debate sobre a participação de militares em debates sobre o período autoritário brasileiro. O ministro enfatizou que a liberdade de expressão não abriga manifestações que glorifiquem regimes de exceção ou desconsiderem as violações de direitos humanos ocorridas durante a ditadura militar, que se estendeu de 1964 a 1985. Os pedidos de desculpas, segundo Dino, devem partir de quem cometeu os crimes e não de quem os sofreu, reforçando a necessidade de reconhecimento e reparação histórica. A declaração do presidente do STM surge em um contexto de crescente polarização política no país, onde a interpretação e a memória sobre o regime militar têm sido objeto de intensos embates ideológicos. A manifestação de Dino, portanto, não apenas responde a uma fala específica, mas também se insere em uma discussão mais ampla sobre o papel das Forças Armadas na democracia e a sua relação com a história recente do Brasil. A posição do ministro reforça a necessidade de uma postura institucional clara contra qualquer apologia a regimes autoritários, garantindo que a justiça e a memória das vítimas sejam preservadas e respeitadas, em contraposição a qualquer tentativa de revisionismo histórico que minimize os horrores do passado. O debate sobre a responsabilidade e o reconhecimento de possíveis equívocos cometidos por instituições estatais durante períodos de autoritarismo é fundamental para a consolidação de uma democracia madura e para a prevenção de retrocessos em termos de direitos humanos e garantias fundamentais.