Milton Hatoum, renomado escritor brasileiro, alcançou um marco em sua ilustre carreira ao ser eleito para a cadeira 6 da Academia Brasileira de Letras (ABL). A votação, que ocorreu nesta quinta-feira (14), confirmou a entrada do autor, conhecido por obras aclamadas como “Dois Irmãos” e “O Sol na Cabeça”, no seleto grupo de imortais da literatura nacional, sucedendo o também respeitado Cícero Sandroni. A escolha de Hatoum para a ABL é um reconhecimento justo de sua vasta contribuição para a literatura brasileira, marcada por uma prosa rica, narrativas complexas e uma profunda exploração da identidade e das relações humanas. Seus romances frequentemente abordam temas como a memória, a família, o exílio e as complexas dinâmicas sociais do Brasil, especialmente da região amazônica, oferecendo um olhar único e instigante sobre a condição humana. A trajetória literária de Milton Hatoum é extensa e repleta de prêmios e distinções. Desde a publicação de seu primeiro romance, “O Sol na Cabeça”, em 1989, que lhe rendeu o Prêmio Jabuti de Livro do Ano, sua obra tem sido celebrada pela crítica e pelo público. “Dois Irmãos” (1999) consolidou seu lugar entre os grandes nomes da literatura contemporânea, recebendo aclamação internacional e sendo adaptado para telenovela pela Rede Globo. Outras obras como “Cinzas do Norte” (2005) e “Um Silêncio Profundo” (2015) continuaram a demonstrar sua maestria narrativa e sua capacidade de criar personagens memoráveis e atmosferas envolventes. A eleição para a Academia Brasileira de Letras é, portanto, um coroamento de uma carreira dedicada à arte da palavra, consolidando seu legado e garantindo um espaço permanente em nossa história literária. A Academia Brasileira de Letras, fundada em 1897 por Machado de Assis, tem como missão a promoção e a defesa da língua portuguesa e de sua literatura. Cada novo membro eleito para ocupar uma das 40 cadeiras perpétuas, mediante votação secreta entre os membros efetivos, representa a continuidade e a renovação do patrimônio cultural brasileiro. A entrada de Milton Hatoum na instituição fortalece a presença de vozes contemporâneas e ressalta a vitalidade da produção literária atual, conectando as gerações e reafirmando a importância da ABL como guardiã da memória literária do país. Sua obra, que dialoga com as tradições literárias brasileiras ao mesmo tempo em que se mostra inovadora, certamente enriquecerá os debates e as futuras produções da Academia.