Megaoperação da PF Desarticula Esquema Bilionário do PCC no Setor de Combustíveis
A Polícia Federal (PF), em coordenação com a Receita Federal e com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, além do diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, detalhou na manhã desta quinta-feira (13) uma ampla operação que visa desarticular um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro e evasão fiscal atribuído à maior organização criminosa do Brasil, o Primeiro Comando da Capital (PCC). O foco da investigação recai sobre o setor de combustíveis, um mercado notoriamente vulnerável à ação de grupos criminosos devido ao alto volume financeiro e à complexidade de sua cadeia produtiva e de distribuição. A operação cumpre mandados judiciais, incluindo prisões e buscas em endereços estratégicos, com grande concentração na Avenida Faria Lima, em São Paulo, epicentro financeiro da capital paulista, indicando a ousadia e o alcance do grupo criminoso.O esquema investigado movimenta cifras bilionárias e se caracteriza pela utilização de empresas de fachada e pelo uso de notas fiscais frias para ocultar a origem ilícita dos recursos e sonegar impostos. A estrutura criminosa se aproveita das complexidades tributárias e da logística do mercado de combustíveis para diluir o rastro do dinheiro, dificultando a ação das autoridades. A inteligência policial aponta que os lucros obtidos com atividades criminosas, como o tráfico de drogas e armas, eram sistematicamente injetados no setor de combustíveis, gerando uma fachada de legalidade e provendo capital para novas operações ilícitas, em um ciclo vicioso de retroalimentação do crime.A atuação conjunta entre a Polícia Federal e a Receita Federal tem sido crucial para a identificação dessas complexas teias financeiras e para a reunião de provas robustas. A Receita Federal, com seu poder de fiscalização e acesso a dados tributários, complementa o trabalho de investigação criminal da PF, permitindo uma análise aprofundada das transações financeiras, contratos e movimentações patrimoniais dos investigados. A escolha da Faria Lima como palco para o cumprimento de mandados reforça a hipótese de que membros da alta cúpula financeira da organização criminosa ou seus operadores mais próximos estariam ativamente envolvidos na lavagem dos recursos, utilizando escritórios e empresas sediadas em centros financeiros para conferir uma aparência de legitimidade às operações.O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, concederam entrevista coletiva para apresentar os detalhes da operação, ressaltando a importância do combate ao crime organizado não apenas pela repressão direta, mas também pelo sufocamento financeiro das organizações criminosas. A descapitalização de grupos como o PCC é considerada uma estratégia fundamental para enfraquecer seu poder de atuação e dissuadir a prática de novos crimes. A magnitude e a sofisticação do esquema revelam a constante evolução das táticas criminosas e a necessidade de aprimoramento contínuo das ferramentas de investigação e repressão por parte do Estado. A operação envia uma mensagem clara de que os crimes financeiros e a lavagem de dinheiro, especialmente quando conectados a organizações criminosas de grande porte, serão combatidos com rigor e determinação.