Médico se declara culpado pela morte de Matthew Perry e enfrenta pena de até 40 anos
O médico que forneceu cetamina ao ator Matthew Perry, estrela da série “Friends”, declarou-se culpado nesta quarta-feira (26/06/2024) em um tribunal de Los Angeles, admitindo ter distribuído ilegalmente a substância que, segundo investigações, contribuiu para a morte do artista. A admissão de culpa abre caminho para uma potencial sentença de até 40 anos de prisão federal, caso seja condenado. Perry foi encontrado morto em sua casa em 28 de outubro de 2023, e o laudo do legista apontou os efeitos agudos da cetamina como causa principal de seu falecimento, com outras condições contribuindo para o quadro. A cetamina, um anestésico dissociativo, tem sido cada vez mais utilizada no tratamento de transtornos de humor, como depressão e ansiedade, mas seu uso recreativo e administração fora de ambientes clínicos controlados representam riscos significativos à saúde, podendo levar a complicações cardiovasculares, respiratórias e psiquiátricas graves.Matthew Perry, que lutou publicamente contra o vício em substâncias ao longo de sua vida, chegou a relatar o uso da cetamina para tratamento de depressão em suas memórias. No entanto, a quantidade e a forma como a substância foi administrada em seu caso levantam sérias questões sobre a responsabilidade do médico e a cadeia de custódia de medicamentos controlados. A legislação sobre o uso e prescrição de substâncias como a cetamina é rigorosa, visando garantir a segurança dos pacientes e prevenir o desvio para fins ilícitos ou abuso. Este caso destaca a importância da fiscalização e do cumprimento dos protocolos médicos, especialmente no tratamento de dependência química e transtornos psiquiátricos, onde a vulnerabilidade dos pacientes é acentuada. A investigação sobre o envolvimento do médico busca determinar a extensão de sua culpabilidade e se houve negligência grave ou má conduta intencional na forma como a cetamina foi prescrita e administrada a Perry. O desfecho deste processo poderá ter implicações significativas para a prática médica e a regulamentação do uso de substâncias terapêuticas em casos de saúde mental e dependência. O caso também levanta debates sobre a responsabilidade de profissionais de saúde no acompanhamento de pacientes com histórico de abuso de substâncias, e a linha tênue entre o tratamento legítimo e o fornecimento indevido de medicamentos controlados, que podem ter efeitos devastadores quando mal utilizados. A comunidade médica e o público aguardam os desdobramentos deste caso, que promete redefinir padrões e responsabilidades na área da saúde.