Um marco histórico na oncologia brasileira foi alcançado com a incorporação do medicamento Trastuzumabe Deruxtecana, comercialmente conhecido como Enhertu, ao Sistema Único de Saúde (SUS). Este tratamento inovador demonstrou em estudos clínicos uma redução notável de até 50% nas mortes em pacientes com câncer de mama HER2-positivo, um subtipo agressivo da doença. A chegada deste fármaco representa uma esperança renovada para milhares de mulheres em todo o país, que agora terão acesso a uma terapia de ponta, anteriormente restrita a planos de saúde privados ou disponibilidade limitada. A notícia já repercute em estados como Santa Catarina, Piauí, Ceará e Distrito Federal, onde os primeiros lotes começaram a ser distribuídos, sinalizando um esforço coordenado para democratizar o acesso a tratamentos de alta complexidade. A oncologia de precisão tem avançado a passos largos, e a disponibilização do Enhertu no SUS reflete essa evolução, permitindo que mais pacientes se beneficiem de terapias direcionadas com maior eficácia e menor toxicidade em comparação com regimes mais antigos. O Trastuzumabe Deruxtecana funciona como um conjugado anticorpo-droga (ADC), visando especificamente as células cancerígenas que expressam a proteína HER2, liberando uma potente carga citotóxica diretamente no tumor, minimizando assim os danos às células saudáveis e reduzindo os efeitos colaterais sistêmicos. Espera-se que essa expansão do acesso ao tratamento não apenas melhore as taxas de sobrevida, mas também a qualidade de vida das pacientes em tratamento, permitindo que continuem suas rotinas com mais vigor e bem-estar durante o processo terapêutico. A nova medicação oferece uma alternativa eficaz para pacientes com doença avançada ou metastática, que já passaram por outras linhas de tratamento sem obter a resposta desejada, oferecendo uma nova chance de controle da doença e de remissão. Este avanço é particularmente importante no contexto do Outubro Rosa, mês dedicado à conscientização sobre o câncer de mama, e reforça o compromisso em fortalecer o SUS e torná-lo cada vez mais capaz de oferecer o que há de mais moderno em cuidados oncológicos para toda a população brasileira. A implementação e a logística para a distribuição em larga escala demandarão um planejamento cuidadoso por parte dos órgãos de saúde estaduais e municipais, mas o impacto positivo na vida das pacientes é inegável e aguardado com grande expectativa por toda a comunidade médica e pelos pacientes.