Mauro Cid alega que defesa de Bolsonaro procurou sua filha menor de idade
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, trouxe novas revelações em seu depoimento à Polícia Federal, alegando que Fábio Wajngarten, assessor de Bolsonaro, e advogados ligados à defesa do ex-presidente teriam procurado sua filha, que tem apenas 14 anos, no ano passado. Cid detalhou que essa tentativa de contato teria ocorrido em 2023, um período crítico nas investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado e outros crimes relacionados à gestão de Bolsonaro. A alegação levanta sérias questões sobre a conduta da defesa de Bolsonaro e sobre possíveis tentativas de influenciar testemunhas, incluindo menores de idade.A manifestação de Cid ocorre em um contexto de crescente pressão sobre o entorno de Bolsonaro, com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinando a oitiva de Fábio Wajngarten e de um dos advogados de Bolsonaro. A investigação, conduzida pela Polícia Federal, apura indícios de obstrução da justiça e outros crimes que teriam sido planejados para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A menção à filha menor de idade de Cid por parte da defesa de Bolsonaro, se confirmada, pode agravar significativamente a situação jurídica dos envolvidos, pois a abordagem a menores em investigações é uma prática altamente sensível e passível de sanções penais.A defesa de Bolsonaro tem sido alvo de atenção constante do STF, com o ministro Moraes determinando diversas medidas para esclarecer os fatos. A inclusão de Wajngarten e de criminalistas que atuam no caso, como os que defendem o ex-deputado Daniel Silveira e o ex-ministro Augusto Heleno, indica que a investigação está aprofundando a análise das ações de todos os envolvidos. A estratégia da defesa em buscar contato com a filha de Cid pode ser interpretada como uma tentativa de obter informações privilegiadas ou talvez de influenciar o seu depoimento, dependendo da idade e do conhecimento que a jovem teria sobre os fatos em apuração. É importante ressaltar que a linha entre a defesa legítima e a obstrução de justiça é tênue, e a Justiça tem o dever de apurar rigorosamente qualquer irregularidade.O caso ganhou ainda mais complexidade com a possibilidade de crimes de desinformação e falsificação de documentos estarem atrelados às investigações sobre o suposto plano de golpe. A atuação de Cid, que tem colaborado com as autoridades, pode ser um fator determinante para o desfecho das investigações. A procuradoria-geral tem acompanhado os desdobramentos de perto, e a divulgação dessas informações por parte de Cid representa um avanço significativo na apuração dos fatos, potencialmente fortalecendo a argumentação da acusação contra os réus em caso de denúncia formal.A sociedade brasileira acompanha atentamente estes desdobramentos, que têm o potencial de impactar a estabilidade democrática do país. A atuação de todas as partes envolvidas, desde os investigados até os órgãos de justiça, é crucial para a manutenção do Estado de Direito e para a garantia de que a lei seja aplicada a todos, sem exceção, preservando os princípios democráticos fundamentais.