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Mansur vende Reag a sócios após operação policial

O empresário João Carlos Mansur decidiu vender sua participação de 87,38% na Reag Investimentos para executivos da própria gestora. A decisão ocorre em meio a uma crise de credibilidade que abalou a empresa após ser alvos da Operação Carbono Oculto, deflagrada pela Polícia Federal. A operação apura suspeitas de lavagem de dinheiro e financiamento de atividades criminosas, com indícios de conexões com o Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores facções criminosas do Brasil. A venda do controle e a renúncia de Mansur sinalizam uma tentativa de isolar a empresa dos escândalos e garantir sua sustentabilidade no mercado financeiro, severamente abalado por essas acusações que maculam a reputação do setor de gestão de fortunas. Essa movimentação busca restabelecer a confiança de clientes e investidores, que podem ter ficado receosos diante das investigações que atingem diretamente a estrutura corporativa e a gestão de ativos da Reag, levantando questionamentos sobre os processos de due diligence e compliance adotados pela companhia. A presença de executivos internos na compra sugere uma aposta na continuidade das operações, mas sob novo escrutínio e com a necessidade urgente de reconstruir pontes de confiança em um ambiente regulatório cada vez mais rigoroso e atento a práticas ilícitas. O setor financeiro, em particular o de gestão de investimentos, é conhecido por sua sensibilidade à reputação, e qualquer sombra de dúvida sobre integridade pode ter efeitos devastadores. A Reag, agora sob nova direção e com seu fundador afastado, terá pela frente o desafiador caminho de comprovar sua idoneidade e afastar definitivamente as associações negativas que a conectam a atividades ilegais, um processo que exigirá transparência absoluta e um compromisso inabalável com os mais altos padrões éticos e de governança corporativa, essenciais para a recuperação e o fortalecimento de sua posição no mercado.