Maconha pode dobrar risco de morte por doença cardíaca, aponta novo estudo
Um novo estudo publicado em uma renomada revista científica de cardiologia traz à tona preocupações sobre os efeitos do uso de maconha no sistema cardiovascular. A pesquisa, que analisou dados de milhares de indivíduos ao longo de vários anos, indica uma associação alarmante entre o consumo da substância e um risco dobrado de morte por doenças cardíacas. Especificamente, infartos do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais (AVCs), popularmente conhecidos como derrames, foram identificados como os eventos mais impactados. Essa descoberta lança uma nova luz sobre os potenciais perigos da maconha, que muitas vezes é percebida como uma droga recreativa inofensiva ou até mesmo com benefícios medicinais. Os mecanismos exatos pelos quais a maconha pode catalisar tais eventos ainda estão sob investigação, mas os pesquisadores levantam hipóteses sobre o impacto do THC e de outros canabinoides na pressão arterial, na frequência cardíaca e na saúde dos vasos sanguíneos. O THC, principal componente psicoativo da cannabis, é conhecido por aumentar temporariamente a frequência cardíaca e a pressão arterial após o consumo, o que pode ser particularmente arriscado para indivíduos com predisposições cardiovasculares preexistentes, mesmo que não diagnosticadas. O estudo procurou controlar outros fatores de risco conhecidos, como tabagismo, sedentarismo, diabetes e histórico familiar, mas a associação com o uso de maconha permaneceu robusta, sugerindo uma influência direta da substância. É importante notar que a pesquisa aborda o uso de maconha em geral, sem necessariamente diferenciar entre uso medicinal e recreativo, ou entre diferentes métodos de consumo. No entanto, os resultados sugerem que mesmo o uso ocasional ou recreativo pode carregar riscos cardiovasculares que não devem ser negligenciados. As implicações desta pesquisa são significativas, especialmente em um contexto onde a legalização e a descriminalização da maconha estão em pauta em diversas partes do mundo. Os formuladores de políticas públicas e os profissionais de saúde precisarão considerar esses novos achados ao desenvolver diretrizes e campanhas de saúde pública. A conscientização sobre os potenciais riscos cardiovasculares do uso de maconha é essencial para que os indivíduos possam tomar decisões informadas sobre seu consumo, ponderando os potenciais benefícios com os riscos documentados. É fundamental que mais pesquisas sejam realizadas para esclarecer a relação dose-resposta, os efeitos de diferentes cepas e métodos de preparo, e os impactos a longo prazo do uso crônico, tanto para fins medicinais quanto recreativos.