Lula nomeia Boulos Ministro-Chefe da Secretaria-Geral da Presidência
A formalização da nomeação de Guilherme Boulos como Ministro-Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República representa um movimento estratégico do governo Lula para intensificar a conexão com a base social e fortalecer políticas voltadas para trabalhadores. A Secretaria-Geral tem um papel crucial na articulação política, na coordenação de políticas públicas e na promoção do diálogo entre o governo, a sociedade civil e os movimentos sociais. A escolha de Boulos, figura proeminente em movimentos populares e com forte atuação em pautas urbanas e de direitos trabalhistas, sinaliza uma prioridade em escutar e atender às demandas de setores como os trabalhadores de aplicativos, que têm ganhado cada vez mais relevância na economia. A expectativa é que ele atue como um elo direto entre o Planalto e esses grupos, buscando construir pontes para a formalização e a garantia de direitos. O novo ministro terá como um de seus principais objetivos colocar o governo na rua, ou seja, promover uma maior presença e visibilidade das ações governamentais nos territórios e comunidades, além de aprimorar a comunicação e a relação com os trabalhadores de aplicativo, bandeira que já o acompanhava em sua trajetória política e social. A meta é criar mecanismos para que direitos básicos, como a carteira assinada, sejam discutidos e, eventualmente, viabilizados para esses profissionais, o que ele próprio já ironizou como uma possibilidade real ao ser questionado sobre sua nova função. Esta iniciativa busca responder a um anseio crescente por regulamentação e proteção para esses trabalhadores, que formam uma parcela significativa da força de trabalho contemporânea e cujas condições de trabalho têm sido objeto de intenso debate. A decisão, embora recebida com entusiasmo por alguns setores, também provocou reações e questionamentos de outros, demonstrando a polarização política que ainda marca o país. A trajetória de Boulos é marcada por forte engajamento em causas sociais, urbanas e ambientais, tendo sido uma das principais lideranças do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e candidato à prefeitura de São Paulo. Sua ascensão ao ministério é vista por seus apoiadores como um reconhecimento de sua capacidade de mobilização e de sua legitimidade junto aos movimentos populares. A nomeação, portanto, não se limita a um cargo ministerial, mas insere-se em um contexto mais amplo de busca do governo Lula por um pacto social renovado, que possa consolidar sua base de apoio e construir novas alianças em torno de projetos de desenvolvimento e inclusão social. A atuação do ministro será crucial para a sustentação e o avanço da agenda progressista no Brasil nos próximos anos, impactando diretamente a forma como o governo interage com a sociedade e as políticas que serão implementadas para setores emergentes da economia e do mercado de trabalho.