Lula interliga Roraima ao sistema elétrico nacional e envia recado a Trump
A conexão de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN) de energia, finalmente inaugurada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, representa um marco histórico para o estado, que por décadas operou de forma isolada, com geração de energia predominantemente termelétrica e mais cara. Este linhão de transmissão, que interliga Manaus a Boa Vista, não apenas garante mais segurança energética e potencial para redução de custos na conta de luz para os roraimenses, mas também insere integralmente o estado na matriz energética brasileira, permitindo o recebimento de energia de fontes diversas e mais limpas, como a hidrelétrica. A obra, que enfrentou diversos desafios e atrasos ao longo de sua implementação, como licenciamentos ambientais e questões técnicas, demonstra a importância estratégica da integração energética para a soberania e o desenvolvimento regional do Brasil. A capacidade de interligação fortalece a infraestrutura do país, facilitando o escoamento e a distribuição de energia de maneira mais eficiente e sustentável, além de romper com uma antiga dependência de combustíveis fósseis para a geração local, que era mais vunerável a flutuações de preço e impactava diretamente o meio ambiente. Em um contexto geopolítico de tensões globais e disputas comerciais, a ação de Lula de conectar Roraima ao SIN, acompanhada de um forte discurso em defesa da soberania nacional e de um recado direto ao ex-presidente americano Donald Trump, a quem o Brasil não se curvará, adiciona uma camada de significado político à inauguração. A menção a Trump, que em seu mandato intensificou pressões sobre países sul-americanos e questionou acordos comerciais, serviu como uma demonstração de força e independência por parte do Brasil, posicionando o país como um ator autônomo no cenário internacional e reforçando a ideia de que o país não se submeterá a interferências externas em suas decisões de política interna ou externa. A fala de Lula ressalta a importância de o Brasil ter controle sobre seus próprios recursos e seu destino, utilizando a infraestrutura energética como símbolo dessa autonomia e capacidade de gestão.