Carregando agora

Lula defende Galípolo e prevê queda da Selic: Juros altos são um obstáculo para o crescimento

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou nesta segunda-feira (26) sua confiança no economista Gabriel Galípolo, nomeado para a diretoria de Política Monetária do Banco Central e considerado seu principal aliado na condução da política monetária do país. Em resposta às críticas sobre a manutenção da taxa Selic em patamares elevados, Lula declarou: “Não me conformo com juros a 15%”. A declaração, que ecoa em diversos veículos de comunicação como R7, G1, O Tempo, Folha de S.Paulo e CartaCapital, sinaliza a insatisfação do governo com a política de juros restritiva adotada pelo Banco Central. Lula defende que a alta taxa de juros é um entrave para o desenvolvimento econômico, dificultando o acesso ao crédito para empresas e consumidores, o que consequentemente afeta a capacidade de investimento e consumo. A manutenção de uma Selic elevada encarece o crédito e desestimula o investimento produtivo, impactando negativamente a geração de empregos e o crescimento do PIB. A política monetária, atualmente sob a liderança de Roberto Campos Neto, tem como objetivo primordial o controle da inflação. No entanto, o governo Lula argumenta que é possível combater a inflação sem a necessidade de juros tão altos, especialmente em cenários onde outros indicadores econômicos apontam para uma desaceleração da atividade. Lula também aproveitou para destacar a seriedade e competência de Galípolo, elogiando sua atuação e antecipando que o cenário da taxa de juros será corrigido com o tempo. A nomeação de Galípolo para uma posição chave no Banco Central é vista como uma tentativa do governo de imprimir uma visão mais alinhada com as prioridades de crescimento econômico, mesmo diante da autonomia formal da instituição. Essa divergência de opiniões entre o Executivo e o Banco Central sobre a política monetária é um ponto de atenção para os mercados e analistas econômicos. O Plano Safra para agricultura familiar, divulgado recentemente, também contou com elogios de Lula a Galípolo, reforçando a perspectiva de um alinhamento entre o Banco Central e as políticas de desenvolvimento do governo. Para o setor produtivo, especialmente a agricultura familiar, taxas de juros mais baixas são fundamentais para o investimento em tecnologias, insumos e expansão de suas atividades, permitindo maior competitividade e sustentabilidade. A expectativa do governo é que a inflação continue a dar sinais de arrefecimento, abrindo espaço para que o Banco Central possa iniciar um ciclo de cortes da Selic, o que beneficiaria toda a cadeia produtiva e impulsionaria a economia brasileira. A política de juros reais, considerando a inflação corrente, é um dos pontos que o governo deseja debater abertamente, buscando um equilíbrio que contemple o controle inflacionário sem sacrificar o potencial de crescimento do país.