Lula defende comercialização com moedas locais e critica protecionismo em viagem à Indonésia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou sua agenda na Indonésia com um forte discurso sobre a necessidade de diversificar as relações comerciais do Brasil e reduzir a dependência do dólar. Em um fórum empresarial Brasil-Indonésia, Lula defendeu a ideia de que as transações comerciais entre os países possam ser realizadas diretamente com suas moedas locais, o que, segundo ele, facilitaria o comércio e fortaleceria a soberania econômica de cada nação. Essa proposta vai ao encontro de uma visão mais ampla do governo brasileiro em buscar novas formas de interação econômica com o Sul Global.
A visita de Lula à Indonésia ocorre em um momento estratégico, com o objetivo de impulsionar acordos bilaterais e explorar novas oportunidades de investimento. O encontro com o presidente indonésio no Palácio Merdeka foi um dos pontos altos da agenda, onde temas de interesse mútuo foram discutidos, incluindo cooperação em áreas como agronegócio, energia e infraestrutura. A busca pela ampliação do comércio e pela atração de investimentos estrangeiros diretos são pilares fundamentais da política externa do atual governo brasileiro.
Paralelamente, o vice-presidente Geraldo Alckmin tem sinalizado que a reversão do chamado tarifazo do café está entre as prioridades do governo Lula. Embora essa questão seja doméstica e trate de impostos sobre o setor cafeeiro, ela se insere em um contexto maior de atenção às demandas do setor produtivo e de busca por um ambiente de negócios mais favorável. A recuperação da economia brasileira e a melhoria da competitividade são objetivos centrais, e medidas como essa visam atender setores estratégicos.
O presidente Lula também tem sido explícito em suas críticas ao protecionismo comercial por parte de outras nações, alertando para os riscos que essa prática representa para o comércio global justo. A menção a uma possível reunião com Donald Trump, e a crítica ao protecionismo americano, reforça a postura assertiva do Brasil em defender um sistema multilateral mais equilibrado e acessível, onde países em desenvolvimento tenham mais espaço para crescer e competir com igualdade de condições. A busca por autonomia econômica e a resiliência frente a choques externos são temas recorrentes no discurso presidencial.