Lula critica PEC da Blindagem, a qual chamará de desagradável e vetará anistia; Renan Calheiros e Arthur Lira divergem
O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou sua forte oposição à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) conhecida como PEC da Blindagem. Em declarações recentes, Lula classificou a matéria de desagradável, indicando sua intenção de utilizar o poder de veto, caso a proposta seja aprovada pelo Congresso Nacional, para barrar qualquer dispositivo que conceda anistia a crimes cometidos por partidos políticos. Essa posição se alinha com a percepção de que a blindagem parlamentar não deve se estender a atos ilícitos, protegendo assim a integridade do sistema democrático e a responsabilização dos agentes públicos e políticos. A declaração presidencial adiciona um novo elemento ao debate, que já conta com divergências significativas entre as lideranças do Congresso. Os próprios aliados de Lula, como deputados do PT, apresentaram justificativas para o voto a favor da PEC em um primeiro momento, gerando, inclusive, ironias por parte de outras legendas. O senador Renan Calheiros, por sua vez, levantou preocupações quanto à origem e aos propósitos da PEC, chegando a questionar publicamente se a proposta teria alguma ligação com o crime organizado, em referência suposta ao PCC. Essa comparação acentuada evidencia a polarização e a gravidade das suspeitas que cercam a iniciativa legislativa. Por outro lado, o líder do PP, Arthur Lira, em uma resposta mais irônica, sugeriu que os opositores da PEC, como o deputado do PT, pudessem recorrer ao Supremo Tribunal Federal para contestar a proposta, assim como o fazem com frequência, em uma crítica à judicialização constante das decisões políticas. A PEC da Blindagem, que inicialmente busca garantir a autonomia dos partidos políticos e a inviolabilidade de suas decisões, acabou por gerar grande controvérsia devido ao receio de que possa ser utilizada para anistiar ou proteger membros de legendas envolvidos em irregularidades e crimes. A tramitação da proposta no Senado, iniciada com o encaminhamento de Arthur Lira à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) logo após seu recebimento, indica que o debate sobre os limites da imunidade parlamentar e partidária está longe de ser encerrado. A interferência direta e a posição clara do Presidente Lula podem influenciar significativamente o curso da votação e o futuro da PEC no Congresso Nacional, pressionando os parlamentares a reavaliarem seus posicionamentos diante da força política do Executivo nesse embate.