O Ministro Ricardo Lewandowski levantou preocupações significativas sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, sugerindo a possibilidade de infiltração do crime organizado no processo legislativo. Essa declaração surge em meio a uma onda de críticas e repercussão negativa que a PEC vem sofrendo, levando alguns deputados a reconsiderar seus votos e até mesmo a pedir desculpas públicas. A resistência à proposta demonstra uma parcela da classe política e da sociedade civil atenta aos possíveis retrocessos na garantia da ética e da transparência em suas atividades.// A PEC da Blindagem, que visa criar mecanismos de proteção para parlamentares contra certas investigações, tem sido alvo de intensos debates. Setores da sociedade civil e representantes de partidos como PT, PSB e PSOL já se manifestaram formalmente, inclusive com ajuizando ações no Supremo Tribunal Federal (STF) para contestar a constitucionalidade da medida. O argumento central é que a proposta fragiliza o combate à corrupção e à impunidade, abrindo brechas para a obstrução da justiça.// Paralelamente às ações no âmbito jurídico e político, a própria natureza da atuação legislativa tem sido posta em xeque. Lideranças religiosas, como as da Igreja Católica, têm enfatizado a importância do engajamento dos fiéis na promoção da ética e da moralidade na vida pública. Esse chamado reforça a ideia de que a integridade dos representantes eleitos é fundamental para a confiança da população nas instituições e para o bom funcionamento da democracia.// O cenário atual aponta para um acirramento do debate sobre os limites e as garantias do poder legislativo, especialmente quando tais garantias podem ser interpretadas como privilégios que dificultam o escrutínio público e judicial. A PEC da Blindagem se tornou um símbolo dessa tensão, forçando uma reflexão mais profunda sobre os princípios que devem nortear a ação dos representantes eleitos e a necessidade de mecanismos de controle eficientes.