A icônica cena da morte de Odete Roitman na novela Vale Tudo, exibida originalmente em 1988, transcendeu a tela e se tornou um marco cultural na televisão brasileira. A personagem, interpretada magistralmente por Beatriz Segall, era a personificação da vilania sofisticada, cujas falas afiadas e atitudes implacáveis conquistaram o público, mesmo que para odiar. A escolha de seu figurino para este momento crucial não foi trivial. As roupas duplas, uma estratégia de design para sugerir a dualidade e complexidade da personagem, que podia ser tanto a senhora de posses quanto a manipuladora sem escrúpulos, contribuíam para a atmosfera de mistério e suspense em torno de sua partida. A própria emissora, a Globo, celebrou a importância de Odete Roitman com iniciativas que demonstravam o carinho e o reconhecimento do impacto da personagem, como a criação de um “santinho da morte” para os funcionários, uma brincadeira que ressoava com a grande comoção popular. O fenômeno foi tão expressivo que a morte de Odete Roitman inspirou mais de 40 mil apostas no jogo do bicho em uma única semana, evidenciando o quanto a trama e seus personagens estavam profundamente enraizados no imaginário popular brasileiro. O impacto de Vale Tudo e, consequentemente, de Odete Roitman, se estendeu para além do entretenimento, gerando debates sobre ética, poder e a natureza humana. Suas frases, muitas delas memoráveis e frequentemente citadas, como “Quem matou Odete Roitman?”, adicionaram uma camada extra de engajamento, transformando a novela em um verdadeiro evento nacional. A previsão para o término de Vale Tudo se tornou um assunto de grande interesse, pois o público ansiava por desfechos e desvendava os mistérios que a novela apresentava, sempre com Odete Roitman no centro das atenções, mesmo após sua morte fictícia. A duradoura lembrança de Odete Roitman é um testemunho do poder da narrativa televisiva em criar personagens que ousam desafiar convenções e que, de alguma forma, refletem aspectos da sociedade, provocando reações intensas e um legado que perdura por décadas.