Justiça do Rio absolve todos os réus no caso do incêndio no Ninho do Urubu
A Justiça do Rio de Janeiro absolveu, nesta quarta-feira, os últimos 7 réus no processo referente ao trágico incêndio que atingiu o Centro de Treinamento George Helal, conhecido como Ninho do Urubu, em 2019. Com essa decisão, todos os acusados foram liberados de quaisquer responsabilidades criminais pela tragédia que chocou o país. O incêndio, ocorrido em 8 de fevereiro de 2019, resultou na morte de 10 jovens atletas da base do Clube de Regatas do Flamengo, com idades entre 14 e 17 anos, e deixou outros três feridos. A tragédia levantou questionamentos sobre a segurança nas instalações esportivas e a fiscalização dos órgãos competentes. A absolvição, anunciada pelo juiz responsável, Daniel da Ponte Prata, baseou-se na falta de provas contundentes para sustentar a condenação dos réus: o presidente do Flamengo na época, Eduardo Bandeira de Mello, o vice-presidente de finanças, Alexandre Pinto, e outros cinco funcionários do clube envolvidos com a administração e operação do Ninho do Urubu. A promotoria havia sustentado a acusação de crime culposo, alegando negligência na manutenção e segurança do alojamento dos jovens atletas. As famílias das vítimas expressaram profunda revolta e desapontamento com a decisão judicial. Para muitos, trata-se de um símbolo de impunidade, onde vidas jovens e promissoras foram perdidas sem que ninguém fosse efetivamente responsabilizado criminalmente. A luta por justiça tem sido árdua e dolorosa para os pais e familiares, que sentem que a memória de seus filhos não está sendo honrada pelas autoridades. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) já anunciou que irá recorrer da decisão de absolvição, buscando reverter o veredito e garantir que os responsáveis sejam penalizados. A expectativa é que, em instâncias superiores, a análise das provas e dos depoimentos possa levar a um desfecho diferente, oferecendo algum conforto e senso de justiça aos entes queridos das vítimas. O caso do Ninho do Urubu continua sendo um marco doloroso no esporte brasileiro e um lembrete da importância de rigorosas políticas de segurança em locais que abrigam jovens.