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Juros do Cartão de Crédito Ultrapassam 449% ao Ano no Rotativo, Aponta Banco Central

O Banco Central divulgou um alerta sobre a escalada dos juros do cartão de crédito rotativo, que alcançaram a expressiva marca de 449,9% ao ano em maio. Este índice, que representa o custo do crédito para consumidores que não quitaram a fatura integralmente no mês anterior, demonstrou um aumento significativo de 5,7 pontos percentuais em relação ao período anterior. Essa elevação é um reflexo direto das políticas monetárias vigentes, incluindo a manutenção da taxa básica de juros (Selic) em patamares elevados, visando o controle da inflação. Para o consumidor, o uso do crédito rotativo significa incorrer em custos extremamente altos, que podem rapidamente agravar o endividamento. Entender o funcionamento e os perigos do rotativo é crucial para evitar uma bola de neve financeira.

O crédito rotativo do cartão de crédito é uma modalidade de empréstimo de curto prazo oferecida pelas instituições financeiras aos seus clientes. Ele é acionado quando o titular do cartão não paga o valor total da fatura até a data de vencimento, optando por pagar apenas o valor mínimo ou uma quantia intermediária. Nesses casos, o saldo remanescente é financiado pelo banco, incidindo juros sobre ele. A taxa de juros aplicada ao rotativo é uma das mais altas do mercado financeiro brasileiro, tornando-se uma armadilha para muitos consumidores que não conseguem honrar seus compromissos em dia. A persistência no uso dessa modalidade pode levar a um ciclo vicioso de dívidas, com os juros compostos aumentando o débito de forma exponencial.

Paralelamente à disparada do rotativo, o Banco Central também informou que o juro médio no crédito livre, que abrange diversas modalidades de empréstimo, subiu para 45,4% em maio, em comparação com 44,8% em abril (dado revisado). Embora este percentual seja consideravelmente menor que o do rotativo, ele ainda sinaliza um cenário de custo elevado para o acesso ao crédito no país. A manutenção da Selic em níveis altos, embora necessária para conter a inflação, tem como contrapartida o encarecimento do crédito em geral. Isso afeta o planejamento financeiro de famílias e empresas, podendo desacelerar o consumo e os investimentos.

A situação exige atenção tanto de consumidores quanto de planejadores econômicos. Para os consumidores, a principal recomendação é evitar ao máximo o uso do crédito rotativo do cartão, buscando outras alternativas para quitar as dívidas, como o parcelamento da fatura em condições mais acessíveis, a portabilidade do crédito ou a negociação direta com os credores. A educação financeira e o planejamento orçamentário são ferramentas essenciais para navegar em um cenário econômico desafiador e evitar o endividamento excessivo com taxas de juros tão elevadas. A conscientização sobre os riscos é o primeiro passo para a tomada de decisões financeiras mais responsáveis.