José Antonio Kast é eleito presidente do Chile e marca giro à direita
José Antonio Kast foi eleito presidente do Chile em um resultado que sinaliza um expressivo giro à direita no país sul-americano. A vitória de Kast, que se posiciona em um espectro conservador e muitas vezes comparado a Jair Bolsonaro, marca o retorno de uma agenda mais à direita ao poder chileno, algo não visto desde os anos finais da ditadura de Augusto Pinochet. A campanha eleitoral foi acirrada e polarizada, refletindo as profundas divisões na sociedade chilena após um período de intensos protestos sociais que culminaram na demanda por uma nova Constituição. A trajetória de Kast inclui declarações polêmicas e um discurso firme contra imigração, criminalidade e o que ele define como ideologia de esquerda, recebendo críticas internacionais pela proximidade com regimes autoritários e pela sua postura em relação aos direitos humanos. Sua eleição é vista por analistas como um reflexo do receio de parte da população chilena em relação a mudanças sociais radicais e a uma busca por estabilidade e ordem. A derrota da esquerda, com a qual sua oponente se identificava, reforça a tese de um realinhamento político significativo na região. Por outro lado, o resultado também gera preocupações sobre o futuro das políticas sociais e ambientais no Chile, além de possíveis tensões nas relações diplomáticas com países de diferentes espectros políticos, como evidenciado por declarações do candidato derrotado na Colômbia, Gustavo Petro, que classificou Kast como um adversário com ideais incompatíveis com a democracia e direitos humanos. O Chile, que nos últimos anos buscou avanços em pautas progressistas, como a Assembleia Constituinte, agora se depara com um governo que promete fortalecer a segurança pública e a economia com base em princípios mais liberais e conservadores.