Itaú demite cerca de mil funcionários por baixa produtividade em trabalho remoto
O Itaú Unibanco confirmou a demissão de cerca de mil funcionários, atribuindo a medida a uma análise de produtividade no contexto do trabalho remoto. A instituição, que vinha monitorando a performance de seus colaboradores, identificou um desempenho abaixo do esperado em uma parcela significativa da força de trabalho que opera em regime de home office. Esta ação levanta discussões sobre os métodos de avaliação de desempenho em modalidades de trabalho flexíveis e a adaptação das empresas a este novo cenário. A comunicação oficial do banco mencionou uma revisão de condutas relacionadas ao trabalho remoto como um dos fatores para as dispensas, indicando que critérios específicos foram aplicados na avaliação individualizada dos colaboradores. A medida reflete um movimento de algumas grandes corporações que buscam otimizar a eficiência e a produtividade em um cenário pós-pandemia, onde o trabalho remoto se consolidou, mas apresenta novos desafios para a gestão de pessoas. A análise de produtividade em home office frequentemente envolve métricas como a quantidade de cliques, tempo online e conclusão de tarefas, o que tem sido controverso entre especialistas em recursos humanos e trabalhadores, que defendem avaliações mais qualitativas e que considerem a autonomia e o bem-estar do empregado. Historicamente, o setor bancário tem passado por processos de reestruturação e digitalização que impactam o quadro de funcionários. Contudo, a justificativa específica de baixa produtividade no trabalho remoto para demissões em massa como esta é um desenvolvimento notável. Especialistas apontam que a eficácia da gestão em modelos remotos depende não apenas do monitoramento, mas também da clareza de metas, do suporte oferecido às equipes e da cultura organizacional que promova o engajamento e a responsabilidade individual. A repercussão nas redes sociais e na mídia tem sido intensa, com opiniões divididas entre aqueles que defendem a autonomia das empresas em gerir seus recursos e garantir a produtividade, e aqueles que criticam a abordagem punitiva e a falta de diálogo sobre as dificuldades inerentes ao trabalho remoto. Este episódio pode servir como um estudo de caso para outras organizações que ainda estão definindo suas políticas de trabalho híbrido ou remoto, destacando a necessidade de equilíbrio entre o controle e a confiança, e a importância de métodos de avaliação que sejam justos e eficazes para todos os modelos de trabalho. A velocidade com que a decisão foi tomada após a suposta análise de produtividade também é um ponto a ser considerado nas discussões sobre o tema, ponderando os prazos para comunicação e ajustes de desempenho. O impacto psicológico e profissional em centenas de famílias também é uma dimensão importante do debate público.