A Azzurra, atual campeã europeia, vive um momento de grande incerteza em relação à sua participação na próxima Copa do Mundo. Após um início inesperado nas eliminatórias, a equipe comandada pelo técnico Roberto Mancini se vê diante de um cenário que exige um verdadeiro milagre para garantir a classificação direta. A matemática é cruel: a Itália precisa vencer a Noruega por uma margem de nove gols ou mais para ter qualquer chance de ir à Copa sem passar pela temida repescagem. Este cenário, embora improvável, ressalta a drástica queda de desempenho da equipe em comparação com a campanha vitoriosa da Eurocopa. A pressão sobre os jogadores e a comissão técnica é imensa, e a possibilidade de um segundo vexame consecutivo, após a ausência em 2018, paira sobre o futebol italiano.A dificuldade em garantir a vaga não é um fator isolado. Ao longo das eliminatórias, a Itália demonstrou inconsistência, tropeçando em jogos cruciais e permitindo que seus rivais diretos ganhassem vantagem. A falta de poder de fogo e, por vezes, a fragilidade defensiva têm sido características marcantes do time nas partidas decisivas. Essa oscilação contrasta fortemente com a solidez e o futebol envolvente que levaram o país ao título continental em 2021, levantando questionamentos sobre os motivos dessa discrepância de performance entre as competições.A torcida italiana, que celebrou intensamente a conquista da Euro, agora se depara com a dura realidade e a necessidade de torcer por um placar elástico e, ao mesmo tempo, por tropeços de adversários. A imprensa local tem explorado diversas narrativas, algumas focando no que ainda precisa ser feito para alcançar o impossível, outras abordando polêmicas internas e declarações do treinador que buscam esclarecer a situação e manter a esperança, por menor que seja. A esperança, por mais remota que esteja, ainda é o que move a seleção nesta reta final das eliminatórias europeias, mas a realidade impõe desafios monumentais.Na esfera mais ampla do esporte, o futebol italiano enfrenta a necessidade de reavaliar suas estratégias e seu desenvolvimento de talentos para garantir que momentos como este não se repitam. A ausência em um mundial é sempre um duro golpe para uma nação com tamanha tradição e paixão pelo esporte. A dependência de resultados combinados e a necessidade de uma goleada histórica para evitar a repescagem evidenciam a importância de manter a consistência a longo prazo, não apenas em competições específicas, mas na preparação contínua das seleções.