Irã reafirma programa nuclear civil e critica EUA e Israel em meio a tensões no Oriente Médio
O ministro das Relações Exteriores do Irã, em declarações à BBC, reiterou a intenção do país em prosseguir com seu programa nuclear, ressaltando que a nação tem o direito de enriquecer urânio para fins civis. Essa declaração surge em um contexto de crescentes hostilidades e desconfiança na região, onde o programa nuclear iraniano tem sido um ponto focal de debates internacionais e preocupações com a proliferação de armas nucleares, apesar das negativas oficiais sobre a intenção de desenvolver armamento. A posição iraniana sobre o enriquecimento de urânio é um tema delicado nas negociações sobre o acordo nuclear, que busca limitar o programa atômico do país em troca do alívio das sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos e outras potências mundiais. A incerteza sobre a continuidade desse acordo e as recentes declarações do ex-presidente Donald Trump sobre as sanções foram interpretadas pelo Irã como um jogo psicológico e midiático, aumentando a apreensão sobre a estabilidade regional. Nesse cenário de tensão, o Irã também expressou sérias dúvidas sobre o respeito de Israel a um eventual cessar-fogo, indicando um profundo ceticismo em relação às ações do vizinho e apontando os Estados Unidos e Israel como responsáveis por agressões. Essa acusação ecoa a retórica de longa data do governo iraniano, que frequentemente atribui conflitos e instabilidade na região à influência e intervenção estrangeira, especialmente das potências ocidentais e de Israel, seus principais adversários geopolíticos. Enquanto o mundo observa atentamente os desenvolvimentos no Oriente Médio, o Irã, por meio de seus representantes, busca reforçar sua narrativa de que não possui planos para obter uma arma nuclear, defendendo firmemente seu direito soberano ao uso pacífico da energia nuclear. A comunidade internacional, no entanto, permanece dividida quanto à veracidade dessas garantias, com muitos pedindo verificações mais rigorosas e transparência por parte do governo iraniano para dissipar temores de uma corrida armamentista nuclear na já volátil região, com impactos significativos na geopolítica global.