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Irã ameaça fechar Estreito de Ormuz impactando mercado global de petróleo

O Irã reiterou sua ameaça de fechar o Estreito de Ormuz, um gargalo marítimo estratégico por onde passa uma parcela significativa do suprimento global de petróleo. Esta declaração intensifica as tensões na região e levanta sérias preocupações sobre a estabilidade do mercado energético internacional. A localização geográfica do estreito, conectando o Golfo Pérsico ao Golfo de Omã, o torna uma artéria crucial para o fluxo de petróleo vindo de importantes produtores do Oriente Médio, incluindo Arábia Saudita, Irã, Kuwait e Emirados Árabes Unidos. Qualquer interrupção nessa via pode desencadear um choque de oferta, levando a um aumento acentuado nos preços do petróleo.
O CEO da Shell, uma das maiores empresas de energia do mundo, já alertou sobre o potencial impacto devastador de um bloqueio do Estreito de Ormuz, destacando que um evento dessa magnitude poderia afetar drasticamente a cadeia de suprimentos e a economia global. A interrupção representaria mais do que um mero aumento de preço; poderia levar a racionamentos, inflação generalizada e instabilidade econômica em muitos países que dependem fortemente das importações de petróleo. A capacidade de refino no Brasil, por exemplo, que já sofre com flutuações de preço e disponibilidade, poderia ser ainda mais comprometida.
Esta ameaça iraniana não é nova e tem sido usada como tática de barganha em contextos diplomáticos e de segurança, especialmente em relação às sanções impostas ao país. No entanto, a retórica mais recente, combinada com a escalada de tensões regionais, confere um peso maior à possibilidade de uma ação concreta. O potencial impacto se estende além do preço do combustível bruto, afetando cadeias de valor que dependem de um fornecimento estável e acessível de energia para a produção industrial e o transporte de mercadorias, incluindo fertilizantes essenciais para o agronegócio brasileiro.
Para o Brasil, as repercussões poderiam ser sentidas de diversas formas. Além do impacto direto no custo do petróleo e derivados, que afetam a logística do agronegócio e a inflação interna, um cenário de escassez e alta de preços no mercado internacional pode influenciar a política energética do país. Aumenta a pressão por mais investimentos em fontes de energia alternativas e na produção nacional, ao mesmo tempo em que o transporte de insumos agrícolas, como fertilizantes que chegam mais caros devido à logística global instável, pode se tornar ainda mais oneroso para o produtor rural, impactando a competitividade do setor.