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Intoxicação por Metanol em SP: 9 Casos e 1 Morte em Menos de 18 Dias

Um surto alarmante de intoxicação por metanol tem assolado São Paulo nas últimas semanas, com um registro de nove casos confirmados em um período inferior a 18 dias. Desses, infelizmente, uma vida foi perdida, e os demais pacientes necessitaram de internação hospitalar para tratamento. A principal causa identificada para essas graves ocorrências é o consumo de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol, uma substância altamente tóxica e perigosa quando ingerida. As autoridades de saúde e segurança pública estão intensificando as investigações para identificar e punir os responsáveis pela distribuição dessas substâncias nocivas e para alertar a população sobre os riscos associados ao consumo de álcool de origem duvidosa.

O metanol, também conhecido como álcool metílico ou álcool de madeira, é um solvente industrial frequentemente utilizado na fabricação de produtos químicos, plásticos e anticongelantes. Sua semelhança visual e olfativa com o etanol, o álcool comum encontrado em bebidas, o torna um adulterante perigoso e de fácil substituição em produtos clandestinos. No entanto, o metanol é metabolizado no corpo em substâncias como formaldeído e ácido fórmico, que causam danos severos ao nervo óptico e ao sistema nervoso central, podendo levar à cegueira, coma e óbito rapidamente. A dose letal de metanol é significativamente menor que a do etanol, tornando a intoxicação ainda mais perigosa.

Os sintomas da intoxicação por metanol podem demorar a aparecer, geralmente entre 12 e 72 horas após a ingestão, o que pode atrasar o diagnóstico e o início do tratamento. Os sinais iniciais incluem dor de cabeça, náuseas, vômitos, tontura e dor abdominal. Com a progressão da intoxicação, podem surgir dificuldade de enxergar, visão turva, pupilas dilatadas e não responsivas à luz, dores musculares intensas, dificuldade para respirar, convulsões e perda de consciência. O tratamento é complexo e foca na neutralização do metanol ou de seus metabólitos, muitas vezes com o uso de outros álcoois como o etanol ou o fomepizol, além de suporte ventilatório e outras medidas de suporte à vida.

Diante dessa crise de saúde pública, é fundamental que a população em geral e os órgãos de fiscalização redobrem a atenção. O consumo de bebidas alcoólicas de procedência duvidosa, vendidas em locais não autorizados ou com preços excessivamente baixos, deve ser evitado a todo custo. A Secretaria de Saúde de São Paulo e outros órgãos governamentais vêm emitindo alertas e reforçando a importância de consumir apenas bebidas alcóolicas de fontes confiáveis e com selos de autenticidade. As investigações sobre a origem da bebida adulterada estão em andamento, com o objetivo de desarticular a rede de distribuição e garantir que casos como este não se repitam, protegendo a vida e a saúde dos cidadãos.