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Mais de 30% das bebidas vendidas no Brasil são falsificadas, aponta pesquisa; SP fecha estabelecimentos após intoxicações por metanol

A crescente incidência de casos de intoxicação por metanol no Brasil levanta sérias preocupações sobre a qualidade e a procedência das bebidas consumidas pela população. Em São Paulo, a situação se tornou crítica a ponto de levar ao fechamento de estabelecimentos suspeitos de comercializar produtos adulterados. O metanol, um álcool comumente utilizado como solvente industrial e em combustíveis, é extremamente perigoso quando ingerido, pois seu metabolismo no corpo humano produz formaldeído e ácido fórmico, substâncias que causam danos severos ao sistema nervoso central, nervo óptico e outros órgãos vitais. Mesmo em pequenas quantidades, a ingestão pode resultar em cegueira irreversível, falência de órgãos e óbito. A presença desse composto em bebidas alcoólicas, muitas vezes decorrente de processos de falsificação que substituem o etanol por metanol por ser mais barato, representa um risco iminente à saúde pública. A gravidade do cenário é evidenciada pela recente morte suspeita em Pernambuco, onde o estado já notificou duas mortes e um caso de perda de visão associados à intoxicação por metanol, intensificando a urgência de ações de fiscalização e combate à produção e venda de álcool adulterado. Investigações policiais, como a apreensão de caixas de bebidas suspeitas na Bahia em um fornecedor ligado a um ministério, indicam que o problema pode ter ramificações em diferentes esferas, exigindo uma resposta coordenada e eficaz das autoridades competentes para desarticular as redes criminosas responsáveis por essas práticas. A disseminação de bebidas falsificadas não se limita a produtos genéricos; estudos revelam que destilarias clandestinas chegam a replicar marcas conhecidas, como gin Beefeater e vodkas Absolut e Smirnoff, utilizando insumos de baixa qualidade ou mesmo substâncias tóxicas para baratear a produção e maximizar lucros. Essa fraude não só expõe os consumidores a riscos gravíssimos, mas também prejudica a imagem das marcas legítimas e a economia formal do setor de bebidas. Diante desse panorama alarmante, a pesquisa que aponta que mais de 30% das bebidas vendidas no Brasil são falsas reforça a necessidade de políticas públicas mais rigorosas, campanhas de conscientização para alertar o público sobre os perigos do consumo de bebidas de origem duvidosa, e um fortalecimento da fiscalização em toda a cadeia de produção e distribuição. A colaboração entre órgãos de segurança, agências de vigilância sanitária e a própria indústria empenhada em combater a falsificação é crucial para garantir a segurança e a saúde dos brasileiros e para proteger a integridade do mercado de bebidas.