A Polícia Civil deflagrou a Operação Desfortuna, com foco na desarticulação de um esquema criminoso que envolve influenciadores digitais e a promoção de jogos de azar ilegais. As investigações apontam que diversos personalidades da internet, com milhões de seguidores, lucravam significativamente ao divulgar plataformas de apostas online, muitas delas sem a devida regulamentação e com potencial predatório sobre os usuários. Essa prática, muitas vezes disfarçada de entretenimento ou oportunidade de ganhos rápidos, tem sido cada vez mais escrutinada pelas autoridades, preocupadas com os impactos na sociedade, especialmente entre os mais jovens. A atuação desses influenciadores, chamada pela polícia de ‘cláusula da desgraça alheia’, sugere um modelo de negócio baseado na exploração da vulnerabilidade econômica e do desejo por gratificação instantânea dos seus seguidores, que acabam por investir em jogos com probabilidades desfavoráveis. O modus operandi incluía a promessa de sorteios, bônus e um estilo de vida luxuoso ostentado pelos influenciadores, incentivando a adesão em massa a essas plataformas, que, segundo as investigações, geraram lucros milionários com a capitalização da ilusão e do vício em jogos. A operação também busca apreender bens e valores obtidos ilicitamente por meio dessas atividades, como forma de coibir a continuidade do esquema e ressarcir, na medida do possível, os prejuízos causados. A dimensão do esquema e o alcance de sua atuação ressaltam a necessidade de um maior escrutínio sobre o marketing digital e a responsabilidade social de figuras públicas na internet. O caso evidencia um crescente debate sobre a regulamentação do mercado de apostas esportivas e jogos online no Brasil, bem como a urgência em proteger consumidores e coibir práticas abusivas que exploram a fragilidade humana com fins lucrativos. O humorista e influenciador Maumau está entre os alvos de prisão da operação, demonstrando a amplitude e o alcance das investigações que buscam desmantelar essa rede de ilegalidade.