Incêndio em Clínica de Recuperação no Paranoá: Cinco Morrem e Familiares Relatam Maus-Tratos e Funcionamento Clandestino
Um trágico incêndio na noite desta quinta-feira (11) devastou uma clínica de recuperação de dependentes químicos localizada no Paranoá, Distrito Federal. O fogo, que consumiu grande parte da estrutura, resultou na morte de cinco pessoas e deixou outras 11 feridas, com algumas em estado grave. As primeiras informações indicam que a clínica operava sem o devido alvará de funcionamento, caracterizando-se como um estabelecimento clandestino. Esta situação levanta sérias preocupações sobre a fiscalização e segurança dos locais que acolhem indivíduos em vulnerabilidade. Familiares das vítimas e internos que conseguiram sobreviver ao incêndio relataram experiências aterrorizantes, denunciando casos de maus-tratos e condições precárias de higiene e alimentação. Segundo testemunhas, muitos dos residentes ficaram trancados em seus quartos durante o início das chamas, o que teria dificultado a evacuação e contribuído para o alto número de fatalidades. A falta de saídas de emergência adequadas e a superlotação do local também são fatores que estão sendo investigados pelas autoridades. As investigações sobre as causas do incêndio estão em andamento, com suspeitas iniciais apontando para um possível curto-circuito ou negligência. No entanto, o foco principal da apuração recai sobre as condições de funcionamento da clínica e a responsabilidade de seus responsáveis diretos pela segurança dos internos. A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros já realizaram a perícia no local para coletar evidências que auxiliem na determinação das causas e responsabilidades. Este lamentável episódio reacende o debate sobre a regulamentação e fiscalização rigorosa de casas de recuperação para dependentes químicos em todo o país. A ausência de supervisão adequada pode abrir margem para o funcionamento de estabelecimentos irregulares que exploram a fragilidade de seus pacientes, colocando vidas em risco. Autoridades locais já anunciaram a criação de uma força-tarefa para vistoriar outras clínicas na região e garantir que operem dentro das normas legais e de segurança.