Ibovespa fecha em baixa de 0,18% e dólar sobe para R$ 5,43 com tensões globais e fiscais
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou o pregão desta quarta-feira com uma leve desvalorização de 0,18%, cotado a 103.500 pontos. A instabilidade no cenário internacional, marcada pelas declarações do presidente americano Donald Trump pressionando o Federal Reserve (Fed) a reduzir as taxas de juros, contribuiu para o desempenho negativo. Aos olhos de muitos analistas, a interferência presidencial na política monetária dos Estados Unidos gera ruídos e aumenta a percepção de risco global, impactando diretamente os mercados emergentes como o Brasil. A desvalorização das commodities, essenciais para a balança comercial brasileira, também pesou no humor dos investidores. A queda nos preços de matérias-primas como petróleo e minério de ferro diminui os investimentos estrangeiros e afeta as exportações, gerando uma pressão adicional sobre o desempenho da bolsa. A cautela observada no mercado também se deve aos efeitos da desaceleração da economia global, que reflete em menor demanda por bens industrializados e matérias-primas produzidas no Brasil. A demissão de uma diretora do Federal Reserve também adicionou um elemento de incerteza sobre as futuras decisões de política monetária americana. O dólar comercial, por sua vez, operou em alta durante a maior parte do dia e fechou em R$ 5,43, um avanço de 0,45% ante o fechamento anterior. Esse movimento reflete não apenas a busca do investidor por ativos considerados mais seguros em tempos de apreensão global, mas também as preocupações com a conjuntura fiscal brasileira. Ajustes técnicos no final do dia, após a divulgações de dados de inflação nos Estados Unidos, ajudaram a impulsionar a moeda americana. O cenário de incertezas fiscais no Brasil, com debates sobre a trajetória da dívida pública e o cumprimento de metas, adiciona uma camada de risco percebido pelos agentes econômicos, levando a uma maior demanda por reais em detrimento da moeda brasileira, aumentando sua cotação. O mini dólar (WDOU23), contrato futuro da moeda, apresentou volatilidade, espelhando o comportamento do dólar à vista e refletindo a cautela geral do mercado. As perspectivas de desaceleração econômica global e a pressão por cortes de juros nos EUA, somadas às preocupações internas com o quadro fiscal, configuram um ambiente desafiador para os ativos brasileiros nas próximas semanas, exigindo atenção redobrada dos investidores.