O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, reagiu com veemência às declarações do então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que em 2020 citou Brasília, entre outras capitais, como exemplos de locais perigosos para justificar a intervenção da Guarda Nacional em Washington. Em resposta, Ibaneis rebateu os dados de segurança apresentados por Trump, defendendo o trabalho das forças de segurança no DF e alfinetando o ex-presidente americano ao afirmar sua crença no diálogo como ferramenta de gestão. A polêmica surgiu em meio a protestos e tensões políticas nos EUA, onde Trump buscou legitimar a presença militar massiva em resposta aos atos que ocorreram na capital americana. Esta justificativa, no entanto, foi amplamente criticada pela imprensa e por especialistas, que viram na ação um sinal de autoritarismo e um desserviço à democracia.

Ibaneis Rocha, em sua contra-argumentação, apresentou dados que contrariam a narrativa de insegurança disseminada por Trump. Ele destacou os esforços contínuos para aprimorar a segurança pública no Distrito Federal, ressaltando que a capital brasileira não se enquadra nos exemplos negativos apresentados pelo ex-presidente. A comparação implícita entre a situação em Brasília e a que motivou a ação em Washington serviu para sublinhar a estabilidade e a capacidade de gestão das autoridades locais. A resposta do governador não apenas defendeu a imagem de Brasília, mas também posicionou o Brasil como um país com instituições democráticas sólidas e capazes de lidar com seus desafios internos sem a necessidade de medidas drásticas e questionáveis.

O posicionamento de Ibaneis Rocha ganhou ainda mais relevância ao ser articulado em um contexto de forte polarização nos Estados Unidos, onde a própria tomada de Washington, com a mobilização sem precedentes de tropas, gerou debates acirrados sobre o uso da força e os limites do poder presidencial. Ao refutar as críticas de Trump e defender a ordem e a tranquilidade em Brasília, o governador ecoou a preocupação democrática global com a escalada de tensões e a retórica inflamatória que ameaçam a estabilidade de diversas nações. A troca de farpas entre os dois líderes evidencia a complexidade das relações internacionais e a forma como eventos internos em um país podem reverberar e ser utilizados em discursos político-eleitorais em outros.

A referência a Brasília por parte de Trump, embora infundada em termos de segurança comparativa naquele momento, serviu para evidenciar a importância da estratégia de comunicação e da imagem que as cidades e países projetam no cenário mundial. Ao apresentar uma resposta firme e embasada em dados, o governador Ibaneis Rocha não apenas protegeu a reputação de sua cidade, mas também demonstrou resiliência e assertividade em um momento delicado, reforçando a necessidade de um diálogo baseado em fatos e respeito mútuo, mesmo entre líderes de diferentes nações.