Haddad e Galípolo no BRICS: Fortunas são inimagináveis e defendem reglobalização sustentável
O Ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, em sua participação no encontro de líderes do BRICS, fez uma declaração contundente sobre a magnitude das fortunas acumuladas pelos mais ricos em escala global, classificando-as como “inimagináveis”. Essa afirmação ressalta a crescente disparidade de renda e riqueza observada no cenário mundial, um tema que tem ganhado destaque nas discussões sobre justiça social e econômica. A declaração de Haddad ecoa debates internacionais sobre a necessidade de mecanismos mais eficazes para a taxação de grandes patrimônios, visando redistribuir recursos e financiar políticas públicas essenciais. A conferência do BRICS, que reuniu ministros de Finanças e presidentes de Bancos Centrais, serviu como plataforma para esses importantes posicionamentos, sinalizando um alinhamento de preocupações e objetivos entre as nações emergentes. A presença do Brasil nesse fórum estratégico reforça seu papel na busca por soluções para os desafios econômicos globais.
Nesse contexto, o Brasil, através de seus representantes, tem defendido ativamente a ideia de uma “reglobalização sustentável”. Este conceito propõe um novo modelo de globalização que não apenas promova o comércio e a cooperação internacional, mas que também incorpore princípios de sustentabilidade ambiental e social. A taxação de super-ricos é vista como uma ferramenta fundamental para financiar essa transição, permitindo investimentos em áreas como infraestrutura verde, educação e saúde. A proposta brasileira, endossada durante o encontro do BRICS, busca criar um sistema econômico mais justo e equitativo, onde o crescimento seja compartilhado de forma mais ampla. A iniciativa alinha-se com discussões em outros fóruns multilaterais, como o G20, onde o Brasil também tem sido um forte defensor de uma governança econômica global mais inclusiva e responsável, especialmente após a cúpula realizada no Rio de Janeiro.
A declaração conjunta emitida pelo BRICS Brasil, em apoio à convenção da ONU para a tributação internacional, demonstra um passo concreto na direção de uma maior coordenação entre os países para combater a evasão fiscal e a elisão fiscal por parte das grandes corporações e indivíduos de alta renda. A tributação internacional é um tema complexo, mas crucial para garantir que todos contribuam de forma justa para o desenvolvimento de suas sociedades. A cooperação multilateral, como a promovida pelo BRICS, é essencial para criar um ambiente tributário mais transparente e eficiente, reduzindo as brechas que permitem a transferência de lucros para jurisdições com menor carga tributária. Essa ação conjunta fortalece a posição dos países em desenvolvimento na negociação de regras fiscais globais mais equânimes.
O Ministro Haddad reforçou em outras ocasiões, a partir do G20 no Rio, a percepção de que a defesa do multilateralismo se tornou uma necessidade urgente. Em um mundo cada vez mais interconectado, mas também crescentemente fragmentado por tensões geopolíticas e políticas protecionistas, a cooperação entre as nações é a única via para enfrentar desafios transnacionais, como mudanças climáticas, pandemias e crises financeiras. A reunião de ministros de Finanças e presidentes de Bancos Centrais do BRICS, conforme destacado por Gabriel Galípolo, mostra que o grupo está comprometido em avançar nessas pautas. O BRICS se consolida como um bloco relevante na formulação de novas agendas para a economia global, buscando alternativas e complementos aos modelos de governança já estabelecidos, e promovendo um diálogo fundamental para a construção de um futuro mais colaborativo e próspero.