O falecimento de Arlindo Cruz, um dos maiores nomes do samba brasileiro, gerou comoção nacional, mas também trouxe à tona uma tradição cultural fascinante: o Gurufim, ou velório festivo. Essa prática, que celebra a vida e o legado do falecido com música, dança e alegria, busca transformar a dor da perda em uma homenagem vibrante. O filho de Arlindo Cruz, Arlindinho, descreveu o momento como um “dia de tristeza, mas de alívio”, refletindo a complexidade emocional envolvida em despedidas que honram a vivacidade da pessoa que se foi. A escolha de roupas claras e a atmosfera de celebração contrastam com o luto tradicional, propondo uma nova perspectiva sobre o fim da vida e a continuidade da memória. A Prefeitura do Rio decretou luto oficial de três dias, reconhecendo a importância de Arlindo Cruz para a cultura carioca e brasileira, enquanto a TV Brasil anunciou um tributo especial ao artista, mostrando como seu impacto transcende a esfera pessoal. O Gurufim, nesse contexto, não é apenas uma forma de se despedir, mas de perpetuar a energia e a alegria que Arlindo Cruz transmitiu por décadas através de sua música, incentivando a reflexão sobre como honramos nossos entes queridos após sua partida física. Essa tradição, muitas vezes associada a comunidades específicas e com raízes profundas em diversas culturas, encontra eco na forma como a sociedade brasileira, e em particular a do samba, lida com a morte, buscando na celebração uma ponte entre o passado, o presente e o futuro do espírito. A atenção aos detalhes, como as roupas claras, carrega simbolismos de paz e renovação, alinhando-se à ideia de que a morte é apenas uma transição e que a essência da pessoa continua a existir nas lembranças e influências que deixou. Empresas de mídia como a TV Cultura também acompanham de perto, evidenciando o alcance e a relevância da figura de Arlindo Cruz e da própria manifestação cultural que seu adeus festivo representa, promovendo um debate sobre rituais de passagem e a expressão coletiva do luto e da admiração.