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Greve na Grécia: Trabalhadores Protestam Contra Proposta de Jornada de 13 Horas e Flexibilização

Centenas de milhares de trabalhadores gregos aderiram a uma greve geral nesta quarta-feira (10) para protestar contra um novo projeto de lei trabalhista que flexibiliza as horas de trabalho e autoriza o controle de jornada por meio de aplicativos. A proposta, que visa modernizar a legislação trabalhista e se alinhar com padrões europeus, tem sido duramente criticada por sindicatos e trabalhadores, que a veem como um retrocesso significativo na proteção dos direitos laborais conquistados ao longo de décadas. As manifestações ocorrem em diversas cidades do país, com destaque para Atenas e Salônica, onde a paralisação de transportes e serviços públicos é evidente. Sindicatos afirmam que a medida, se aprovada, pode levar a jornadas de trabalho exaustivas de até 13 horas diárias, suprimindo o direito à greve e facilitando demissões em massa. Além da ampliação da jornada de trabalho, o projeto de lei também prevê maior flexibilidade na gestão de férias e a possibilidade de compensação de horas extras, o que, segundo os críticos, pode precarizar ainda mais as condições de trabalho, especialmente em setores de menor remuneração. A justificativa do governo grego é que essa modernização é necessária para estimular a economia e atrair investidores, tornando o mercado de trabalho mais competitivo. No entanto, as centrais sindicais argumentam que a competitividade não deve vir à custa da saúde e do bem-estar dos trabalhadores. A União Europeia tem pressionado a Grécia a implementar reformas que modernizem sua economia, mas a forma como essas reformas estão sendo propostas tem gerado controvérsias. O controle de jornada por aplicativo, por exemplo, é uma tecnologia que, se mal aplicada, pode gerar assédio e vigilância excessiva sobre os funcionários, além de dificuldades de fiscalização por parte das autoridades trabalhistas. A falta de consulta adequada aos parceiros sociais é outro ponto de crítica, alimentando a desconfiança sobre as reais intenções por trás da proposta. Este movimento grevista reflete uma tendência mais ampla em várias partes da Europa, onde debates sobre o futuro do trabalho, a automação e a flexibilidade estão em pauta. Os protestos na Grécia servem como um alerta sobre a importância do diálogo social na formulação de políticas trabalhistas e a necessidade de equilibrar as demandas econômicas com a proteção dos direitos fundamentais dos trabalhadores, garantindo que os avanços econômicos não impliquem em retrocessos sociais. A expectativa é que a pressão das ruas e a repercussão internacional possam influenciar o governo a reconsiderar os pontos mais controversos do projeto de lei.