Gregório Duvivier e outras autoridades monitoradas pela Abin Paralela, aponta PF
A Polícia Federal (PF) divulgou nesta terça-feira (26) detalhes de uma extensa investigação que aponta para a utilização da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) de forma paralela e com fins políticos. Entre os alvos listados pela operação, destaca-se o nome do ator e comediante Gregório Duvivier, conhecido por suas posições políticas críticas ao governo anterior. Seu monitoramento teria ocorrido por meio de ferramentas e métodos clandestinos, levantando sérias preocupações sobre a invasão de privacidade e o uso indevido de informações de inteligência. O caso ganha ainda mais contornos ao revelar que o ex-número 2 da Abin, Alexandre Ramagem, teria tentado obter informações sigilosas que pudessem prejudicar a imagem e a carreira do atual diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, demonstrando um evidente conflito de interesses e possível abuso de poder. As divergências de atuação e a busca por informações comprometedoras reforçam a gravidade da situação, envolvendo diretamente o comando da agência de inteligência do país e a atuação de órgãos de segurança. A apuração também aponta para um direcionamento das ações da Abin paralela visando afetar o cenário político no Rio de Janeiro, com especificidade para atingir partidos aliados a Wilson Witzel, ex-governador do estado. Essa linha investigativa sugere uma articulação com o objetivo de influenciar o processo eleitoral e a tomada de decisões políticas, utilizando a estrutura de inteligência do Estado para benefício próprio ou de determinados grupos. A participação de figuras políticas de alto escalão, como o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho Carlos Bolsonaro, é apontada pela PF como central neste esquema, conferindo à investigação um caráter de alta relevância para a estabilidade democrática do país. A designação de “líderes” a essas personalidades indica um grau de controle e direcionamento das operações da Abin paralela, que teriam como objetivo a perseguição política e a obtenção de vantagens ilícitas, minando a confiança nas instituições públicas e comprometendo a soberania nacional. A extensão do monitoramento e o possível envolvimento direto de familiares em esquemas de desvio de conduta levantam um alerta máximo para a necessidade de fiscalização rigorosa e responsabilização dos envolvidos em quaisquer atividades que violem a Constituição e os direitos fundamentais dos cidadãos. A operação da PF, ao desbaratar este esquema, reafirma o compromisso com a legalidade e a transparência na atuação dos órgãos de segurança e inteligência, essenciais para a manutenção do estado de direito e a proteção da sociedade contra manipulações e abusos de poder. A divulgação dos nomes e das condutas investigadas serve como um marco importante na luta contra a criminalidade de colarinho branco e a instrumentalização da máquina estatal para fins escusos, reforçando a importância da imprensa livre e independente na denúncia e fiscalização de irregularidades.