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Governo do Rio transfere líderes do CV para presídios federais e gera polêmica

A decisão do governo do Rio de Janeiro de transferir sete líderes de alta periculosidade do Comando Vermelho (CV) para presídios federais provocou um debate acirrado entre o estado e o Ministério da Justiça e Segurança Pública. A ação, que visa desarticular a cúpula da facção e reduzir sua capacidade de comando e articulação mesmo de dentro das unidades prisionais, foi criticada pela forma como foi divulgada. O Ministério da Justiça considerou que a exposição dos presos e dos presídios federais poderia comprometer a segurança e a eficiência de ações futuras contra o crime organizado, além de gerar um efeito midiático indesejado. Segundo o governo fluminense, os sete indivíduos somam quase 500 anos de prisão em suas penas e são considerados peças-chave na estrutura do CV, responsáveis por ordenar crimes de dentro das unidades prisionais do estado. A transferência para o sistema federal é vista como uma estratégia para isolá-los ainda mais e dificultar a comunicação com o exterior. A controvérsia reside na divulgação ostensiva dos nomes e da operação, que, para o MJSP, pode ter sido prematura. O governador do Rio, Cláudio Castro, defendeu a transparência da ação, argumentando que a sociedade tem o direito de saber das medidas tomadas para combater o crime organizado e que a divulgação serve como um recado claro para as facções. Ele rebateu as críticas argumentando que a segurança foi mantida. Essa troca de farpas expõe as diferentes visões sobre a gestão da segurança pública e o combate ao crime organizado no Brasil, onde a colaboração entre União e estados é fundamental, mas os métodos e estratégias podem divergir. A transferência em si é um instrumento legal utilizado para isolar líderes de facções de forma mais eficaz, dificultando o contato com comparsas e a continuidade de suas atividades criminosas mesmo sob custódia estatal. A escolha de presídios federais se dá pela maior capacidade de controle e sigilo, além de infraestrutura adequada para reprimir o contato com o mundo externo, como bloqueadores de sinal de telefonia e revistas mais rigorosas.