Governo Brasileiro e OMS Refutam Alegação de Trump sobre Paracetamol e Autismo
A recente declaração do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugerindo uma relação entre o uso de paracetamol e a incidência de autismo em Cuba, devido à suposta menor capacidade do país em adquirir o medicamento Tylenol, gerou forte repúdio e reações de autoridades de saúde em todo o mundo. Tanto o Ministério da Saúde brasileiro quanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras agências de saúde internacionais têm se posicionado de forma incisiva para desmentir essa alegação, reforçando a inexistência de qualquer evidência científica que comprove tal ligação. Para a comunidade médica e científica, desinformações como essa causam pânico desnecessário entre pais e responsáveis, além de desviar o foco das verdadeiras complexidades envolvidas nas causas do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
É fundamental compreender que o Transtorno do Espectro Autista é uma condição neurobiológica complexa, multifatorial, cujas causas ainda são objeto de extensas pesquisas. Fatores genéticos, ambientais e epigenéticos são considerados na sua etiologia, e a ciência tem avançado na identificação de algumas predislações, mas um modelo causal único e definitivo ainda não foi estabelecido. A vinculação de um medicamento amplamente utilizado e seguro, quando administrado corretamente, a uma condição tão complexa baseia-se em correlações espúrias e no mau uso ou interpretação de estudos. Médicos reiteradamente aconselham o uso do paracetamol para alívio de febre e dor, especialmente em populações vulneráveis como crianças, sempre seguindo as doses recomendadas para cada faixa etária e peso, e sob orientação profissional.
O debate sobre o autismo e seu diagnóstico tem sido historicamente marcado por mitos e informações equivocadas. A desmistificação dessas crenças é um trabalho contínuo e essencial para garantir que as pessoas com TEA e suas famílias recebam o apoio e a compreensão adequados. A OMS tem um papel crucial na disseminação de informações baseadas em evidências científicas sólidas e na promoção da saúde pública global, e suas diretrizes sobre o uso de medicamentos e a compreensão de condições de saúde são pautadas em rigor científico. A instituição, assim como outras agências de saúde, alerta para o perigo da automedicação e da disseminação de informações falsas que podem prejudicar a saúde da população.
No Brasil, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, por meio do Ministério da Saúde, prontamente refutou as declarações de Trump, reafirmando a segurança do paracetamol quando utilizado conforme prescrição médica e a ausência de comprovação científica para a relação com autismo. Essa posição alinha-se com as recomendações de organizações de saúde confiáveis e demonstra o compromisso do país em combater a desinformação e proteger a saúde pública. A divulgação de informações corretas e a educação em saúde são ferramentas poderosas contra pseudociências e podem garantir que decisões médicas sejam tomadas com base em fatos e não em boatos infundados.