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Governadores de direita elogiam Javier Milei e evitam focar em Trump após tarifaço

Após o anúncio de um pacote de medidas econômicas com cortes em despesas e aumento de impostos pelo presidente argentino Javier Milei, governadores de direita do Brasil têm demonstrado forte alinhamento e admiração pelas políticas do líder sul-americano. A atitude contrasta com a posição usual de apoio ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que parece ter sido deixado em segundo plano por esses mesmos líderes. Essa mudança de foco sugere uma abertura significativa para novas influências e modelos de gestão na esfera conservadora brasileira, com Milei emergindo como um ponto de referência importante. A agenda bilateral entre Brasil e Argentina pode ser significativamente reconfigurada sob essa nova ótica de admiração mútua. O chamado tarifaço, como as medidas de Milei foram apelidadas, embora controverso internamente, tem sido visto por uma parcela da direita brasileira como um passo necessário para a estabilização econômica de um país em crise. As reformas prometidas por Milei, que incluem desde a desregulamentação até um ajuste fiscal severo, ressoam com a visão liberal e conservadora de governantes brasileiros que buscam implementar agendas semelhantes em seus estados. Essa admiração, por sua vez, tem se traduzido em gestos concretos, como o convite feito ao governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, para uma visita oficial à Argentina, sinalizando um desejo de aprofundar laços e compartilhar experiências de gestão. A aproximação com Milei pode ser um indicativo de futuras alianças e articulações políticas no cenário regional, especialmente quando se considera a polarização ideológica presente tanto no Brasil quanto na Argentina. A capacidade de Milei de implementar medidas drásticas e sua retórica confrontacional parecem ter encontrado eco em governadores que defendem uma abordagem mais firme e menos intervencionista do Estado na economia. Essa admiração por Milei pode ser vista também como uma reação a percepções de estagnação ou insatisfação com as políticas econômicas praticadas em seus próprios países ou no âmbito federal, buscando inspiração em modelos que prometem uma ruptura clara com o passado e uma virada rumo ao crescimento acelerado, mesmo que por meios ortodoxos. A estratégia de Milei de cortar gastos públicos e privatizar empresas estatais segue um roteiro conhecido de políticas de austeridade, que em outros contextos geraram debates acirrados sobre seus efeitos sociais e econômicos a longo prazo. A forma como esses governadores brasileiros interpretam e buscam replicar esses modelos em suas realidades estaduas pode definir o futuro de suas administrações e o debate político nacional. O cenário é dinâmico e a influência de líderes internacionais como Milei pode remodelar alianças e prioridades na política sul-americana e brasileira. O foco renovado em Milei em detrimento de Trump pode sinalizar uma mudança geracional e ideológica na direita, com uma nova geração de líderes buscando referências que se alinhem mais diretamente com suas agendas nacionais e regionais. As futuras relações diplomáticas e comerciais entre Brasil e Argentina deverão ser marcadas por essa nova proximidade, cujos desdobramentos ainda serão totalmente observados nos próximos meses e anos. A política externa, muitas vezes, reflete as prioridades internas e as afinidades ideológicas, e a atual admiração por Javier Milei parece ser um reflexo direto desse fenômeno.