O fuso de sono, caracterizado por despertares múltiplos durante o período noturno, tem se tornado um foco de atenção crescente entre profissionais de saúde. A ciência tem demonstrado que essa interrupção frequente do ciclo natural do sono não é apenas um incômodo, mas um indicador potencial de que o corpo não está conseguindo atingir os estágios profundos e restauradores do descanso. Essa privação de sono de qualidade pode ter um impacto devastador na saúde física e mental, afetando desde a cognição e o humor até o sistema imunológico e a saúde cardiovascular. Novos estudos colocam em evidência a relação direta entre o padrão de sono fragmentado e o aumento do risco de diversas patologias, desencadeando um alerta para a necessidade de investigar as causas subjacentes desses despertares noturnos. Especialistas da cardiologia, em particular, têm voltado seus olhares para essa questão, pois a qualidade do sono é cada vez mais reconhecida como um pilar fundamental na prevenção e controle de doenças do coração e do sistema circulatório. Estudos recentes associam o fuso de sono a desregulações hormonais, inflamação sistêmica e alterações na pressão arterial, fatores todos de risco estabelecidos para eventos cardiovasculares graves, como infartos e derrames. Além disso, um sono de má qualidade pode estar intrinsecamente ligado a distúrbios metabólicos, como resistência à insulina e diabetes tipo 2, agravando ainda mais o quadro de saúde. A quantidade de horas dormidas é apenas uma parte da equação; a fragmentação e a profundidade do sono são igualmente cruciais. Dormir por um período prolongado, mas com muitas interrupções, não garante os benefícios reparadores de um sono contínuo e profundo. Essa condição pode ser mascarada por um relógio biológico desregulado ou por hábitos diurnos inadequados, como o consumo excessivo de cafeína e álcool perto da hora de dormir, a exposição a luzes artificiais intensas antes de repousar ou a falta de atividade física regular. Identificar e corrigir as causas do fuso de sono torna-se, portanto, essencial para quem busca uma vida mais longa e saudável, com foco especial na manutenção da saúde do coração. Ignorar os despertares noturnos frequentes pode ser um erro com consequências sérias e duradouras para o bem-estar geral do indivíduo, evidenciando a importância de encarar o sono como um componente ativo e vital para a saúde.