Um frigorífico localizado em São Gonçalo do Rio Abaixo, Minas Gerais, pertencente a um apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi notificado pela Justiça para remover uma faixa que dizia “Petista aqui não é bem-vindo”. A decisão, que vê a mensagem como discriminatória, gerou repercussão e levanta debates sobre liberdade de expressão e limites em estabelecimentos comerciais. O juiz responsável pelo caso determinou que a retirada ocorresse em um prazo estabelecido, sob pena de multa, ao considerar que a comunicação violava princípios de não discriminação e poderia configurar incitação à intolerância política dentro de um espaço de cunho comercial. Este episódio se insere em um contexto de polarização política acentuada no Brasil, onde divisões ideológicas frequentemente transbordam para o cotidiano e o ambiente de negócios, gerando tensões e disputas jurídicas. A postura do estabelecimento, que buscou expressar uma posição política em seu espaço físico, confronta a necessidade de manter um ambiente acolhedor para todos os clientes, independentemente de sua afiliação partidária, um princípio básico para a sustentabilidade de qualquer empreendimento comercial. A ação judicial, por outro lado, busca garantir que o direito de ir e vir e de consumir não seja cerceado por motivos político-partidários, assegurando o respeito à diversidade de pensamento e a vedação a práticas que possam ser interpretadas como hostis ou excludentes, mesmo que implicitamente. A decisão judicial, ao priorizar a não discriminação, envia um sinal claro sobre a importância de separar o foro íntimo das convicções políticas do atendimento ao público em geral, incentivando um ambiente de respeito mútuo e coexistência pacífica, mesmo em tempos de acirramento político. Este caso serve como um importante precedente e um lembrete para empresários sobre as responsabilidades legais e éticas para com seus clientes e a sociedade em geral, especialmente em relação à manutenção de um ambiente inclusivo e livre de preconceitos.