O Rio de Janeiro figura como o estado brasileiro que mais perdeu população devido à migração interna, um indicativo preocupante de desafios econômicos e sociais que afastam seus habitantes. Essa tendência, analisada por órgãos como o IBGE, sugere que fatores estruturais, como o custo de vida elevado, a oferta de empregos e a segurança pública, podem estar influenciando a decisão dos cariocas e fluminenses de buscar novas oportunidades em outras regiões do país. A análise detalhada desses fluxos migratórios é crucial para a formulação de políticas públicas que visem reter talentos e promover o desenvolvimento sustentável dentro do próprio estado.A migração internacional também apresenta particularidades interessantes no cenário brasileiro. Venezuelanos, portugueses e bolivianos emergem como algumas das nacionalidades com maior presença no Brasil, refletindo tanto crises humanitárias em países vizinhos quanto laços históricos e culturais com nações europeias e sul-americanas. A integração destes novos residentes no mercado de trabalho e na sociedade brasileira é um desafio constante que exige planejamento e políticas de acolhimento eficazes, capazes de transformar a diversidade cultural em um motor de progresso social e econômico.Ao mesmo tempo em que o Rio de Janeiro perde habitantes, outras regiões do país demonstram capacidade de atração. O Centro-Oeste do Brasil, por exemplo, tem se consolidado como um polo de recebimento de migrantes, impulsionado pelo agronegócio e por oportunidades de trabalho no setor. Estados como Mato Grosso e Goiás têm se destacado nesse cenário, atraindo pessoas de outras partes do país em busca de melhores condições de vida e emprego. Contudo, mesmo dentro desta região que cresce, há disparidades, com Mato Grosso do Sul apresentando um desempenho inferior na atração de migrantes quando comparado a seus vizinhos, o que pode indicar a necessidade de estratégias específicas para impulsionar seu desenvolvimento e aumentar sua competitividade regional.Outro dado relevante aponta para a força motriz de São Paulo como estado de origem de migrantes. Paulistas são frequentemente identificados como a maioria entre os que se deslocam para outros estados em busca de novas oportunidades, como no caso de Pernambuco, onde são o principal grupo de migrantes interestaduщими. Similarmente, paulistas e venezuelanos lideram a lista daqueles que escolhem o Ceará como novo lar. Essa concentração de paulistas como originários de movimentações migratórias pode ser atribuída à sua grande população, mas também a uma dinâmica econômica que, apesar de forte, gera busca por novas fronteiras e experiências em outras partes do território nacional, evidenciando a natureza multifacetada e dinâmica do movimento populacional no Brasil.