O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) manifestou forte indignação e pediu por uma anistia ampla após a formação de maioria no Supremo Tribunal Federal (STF) que condenou seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em suas declarações, Flávio Bolsonaro utilizou termos como “suprema perseguição” para descrever a situação, sugerindo que a condenação é parte de um esquema maior contra o ex-chefe do executivo. Essa tomada de posição por parte de um senador e filho do ex-presidente intensifica o debate político e jurídico em torno das decisões do judiciário e suas implicações para o cenário político brasileiro. A fala repercutiu em diversos setores, gerando reações tanto de apoio quanto de críticas à possibilidade de anistia em casos de condenações criminais por parte de autoridades.O pedido de anistia, embora controverso, encontra ressonância em discursos de determinados grupos políticos que buscam deslegitimar as ações do judiciário contra figuras políticas. A Constituição Federal prevê a figura da anistia, que pode ser concedida pelo Congresso Nacional em casos de crimes políticos, embora sua aplicação a condenações criminais comuns seja objeto de debates acalorados entre juristas e a classe política. A Constituição Federal, em seu artigo 22, inciso I, outorga ao Congresso Nacional a competência para legislar sobre direito penal, incluindo a possibilidade de conceder anistia. No entanto, a doutrina e a jurisprudência divergem sobre a amplitude dessa competência quando se trata de condenações já transitadas em julgado e sobre a natureza dos crimes aos quais a anistia pode se aplicar. A oposição, por sua vez, exige que o Congresso Nacional se mobilize para debater e, possivelmente, aprovar uma anistia, o que poderia beneficiar Bolsonaro e outros envolvidos em processos judiciais correlatos. Esse movimento levanta questionamentos sobre a independência dos poderes e a busca por mecanismos legais que possam mitigar os efeitos de decisões judiciais consideradas parciais ou politicamente motivadas por alguns segmentos da sociedade.A ação de Flávio Bolsonaro em defesa de seu pai se insere em um contexto de polarização política intensa que tem marcado o Brasil nos últimos anos. A retórica utilizada, como a de “turma da farsa” e “golpe com aula dada em voto de Fux”, evidencia a estratégia de mobilização de sua base de apoio e a tentativa de construir uma narrativa de vitimização. O senador busca, com isso, consolidar a imagem de uma luta contra um sistema judicial percebido como hostil. A estratégia de Flávio Bolsonaro visa unir a ala política que apoia o ex-presidente em torno do tema da anistia, buscando criar pressão sobre o Congresso Nacional. Em suas próprias palavras, o jogo ainda não acabou, indicando uma postura de resistência e a intenção de continuar a batalha política e jurídica. Essa declaração sugere que a família Bolsonaro e seus aliados pretendem manter uma postura combativa, buscando reverter ou minimizar os efeitos das condenações, e utilizando a mobilização política como principal ferramenta nesse processo. A capacidade de articulação política e a persuasão pública serão cruciais para o sucesso dessa estratégia.