O senador Flávio Bolsonaro tem intensificado sua agenda de articulações políticas e econômicas, com destaque para encontros com empresários influentes da região da Faria Lima, o centro financeiro de São Paulo. O objetivo principal dessas reuniões é buscar o apoio do setor para uma eventual candidatura à Presidência da República em 2026. Flávio Bolsonaro tem transmitido a mensagem de que pretende dar continuidade à agenda econômica que foi implementada durante o governo de seu pai, Jair Bolsonaro, acenando ao mercado e prometendo manter o legado de Paulo Guedes, ex-ministro da Economia. Essa estratégia visa angariar a confiança de investidores e empresários que se beneficiaram ou se identificaram com as políticas liberais adotadas anteriormente, como a redução da taxa de juros, a busca pela diminuição do déficit público e a privatização de estatais. Além de dialogar com os grandes nomes do mercado financeiro, Flávio Bolsonaro também tem buscado alinhar-se com diferentes vertentes do cenário político e empresarial. Há relatos de conversas com ex-ministros e figuras que foram próximas ao ex-presidente, bem como articulações com o Centrão, buscando ampliar sua base de apoio e demonstrar força política. A notícia aponta para um esforço deliberado em se apresentar como um nome capaz de manter a estabilidade econômica e atrair investimentos, dissipando receios que possam existir em relação a uma possível instabilidade política. A aproximação com a Faria Lima é vista como crucial para a viabilização de qualquer candidatura presidencial de peso no Brasil, uma vez que o apoio financeiro e a influência do setor privado são determinantes para a construção de campanhas eleitorais de larga escala. Ao prometer a manutenção de uma agenda econômica considerada favorável ao mercado, Flávio Bolsonaro busca diferenciar-se de outras possíveis candidaturas de centro-esquerda ou esquerda, que poderiam propor políticas econômicas distintas e potencialmente menos atraentes para esse segmento. Paralelamente, o senador também articula a sua própria sucessão no Senado pelo Rio de Janeiro, em caso de sua candidatura presidencial se concretizar. Nomes como o do ex-ministro Gustavo Bebianno e outros figuram nas discussões internas do PL. Essa estratégia dupla demonstra a complexidade da montagem de uma candidatura presidencial, que exige não apenas a captação de recursos e apoio popular, mas também a reorganização e o fortalecimento do partido em suas bases eleitorais estratégicas. A comunicação dessas articulações ao mercado e a figuras políticas importantes visa projetar uma imagem de liderança e capacidade de articulação, elementos essenciais na corrida presidencial.