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Fitch mantém rating AA+ dos EUA; tarifas podem reduzir déficit, mas impactar negativamente investimentos

A Fitch Ratings anunciou a manutenção do rating de longo prazo dos Estados Unidos em AA+, com perspectiva estável. Essa decisão reflete a força institucional e a diversificação econômica do país, fatores que historicamente sustentam sua capacidade de honrar compromissos financeiros. Contudo, a agência de classificação de risco não deixou de emitir um alerta, apontando que um aumento significativo e sustentado da dívida pública federal poderia ser o gatilho para um futuro rebaixamento da nota americana. Essa observação sublinha a preocupação com a trajetória fiscal do país e a necessidade de políticas econômicas responsáveis a longo prazo para garantir a solidez das finanças públicas. A manutenção do rating “AA+” é um indicativo positivo para os mercados globais, transmitindo confiança na capacidade de pagamento dos títulos do Tesouro americano, mas o alerta da Fitch serve como um lembrete da importância da disciplina fiscal.
No contexto das políticas econômicas recentes, um relatório divulgado por um órgão do Congresso dos Estados Unidos trouxe à tona os impactos das tarifas impostas pela administração Trump. Segundo o documento, as tarifas poderiam potencialmente reduzir o déficit orçamentário do governo em cerca de US$ 4 trilhões ao longo da próxima década. Essa projeção ambiciosa sugere que o governo espera um aumento expressivo na arrecadação tributária decorrente das tarifas sobre importações. A expectativa é de que as novas tarifas desestimulem a entrada de bens estrangeiros e, ao mesmo tempo, aumentem a receita governamental de forma significativa, contribuindo para a meta de redução do déficit fiscal. Entretanto, o mesmo relatório aponta para os efeitos colaterais dessas medidas:
O órgão do Congresso também destacou que, apesar do potencial benefício na redução do déficit, as tarifas podem ter um impacto prejudicial sobre os investimentos e a produtividade da economia americana. A elevação dos custos de insumos importados pode aumentar os custos operacionais para empresas domésticas, afetando sua competitividade e capacidade de expansão. Além disso, a imposição de tarifas pode gerar retaliações por parte de outros países, resultando em barreiras comerciais para produtos americanos e prejudicando as exportações. Essa dinâmica pode levar a uma menor entrada de capital estrangeiro e a uma desaceleração nos investimentos em setores específicos, impactando negativamente o crescimento econômico e a criação de empregos no longo prazo. A relação entre déficit fiscal e tarifas é complexa, exigindo uma análise cuidadosa dos trade-offs envolvidos.
Por fim, a declaração do ex-presidente Donald Trump, que enfatizou a capacidade das tarifas de reduzir o déficit do governo em US$ 4 trilhões, reforça a visão da administração sobre os benefícios financeiros dessas políticas. Essa perspectiva, embora focada no resultado orçamentário, contrasta com as preocupações levantadas por órgãos do próprio governo sobre os efeitos negativos na estrutura produtiva e no ambiente de negócios. A divergência de opiniões ressalta o debate contínuo sobre a eficácia e os custos das políticas protecionistas, e como a gestão fiscal e a política comercial se entrelaçam para moldar o futuro econômico dos Estados Unidos, sob o olhar atento de agências de classificação de risco como a Fitch e com visões divergentes dentro do próprio poder legislativo.